Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1991 |
Autor(a) principal: |
Vasconcelos, Sandra Guardini Teixeira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-08112022-160353/
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Resumo: |
Este trabalho busca discutir o papel que desempenham as narrativas orais na estrutura do conto Uma Estória de Amor, de João Guimarães Rosa. Ele parte do pressuposto de que sua inserção no enredo obedece a um modo de composição que cria uma relação de especularidade produzida pela projeção do sujeito no universo das histórias e pela introjeção do imaginário das histórias no universo do eu, como forma de resgatar o passado do personagem e fazer fluir a história. Profundamente marcado pelo universo da experiência coletiva, o conto aponta para uma questão que se configura como central para seu modo de ser. Trata-se fundamentalmente do modo como esta tradição oral é incorporada à história da festa de Manuelzão. Entretecidos na trama narrativa, encontram-se as quadras, romances e cantigas - completos ou em fragmentos - que Guimarães Rosa resgata de seu contexto original para reinscrever numa nova ordem, construindo assim outros feixes de significação decorrentes do novo contexto em que foram colocados. A festa é não só o elemento que enfeixa e organiza todos os acontecimentos do conto, mas também o espaço privilegiado que arranca da destruição e da morte o tempo da experiência. Reatualizando o arcaico no ambiente da festa e enlaçando a matéria oral no tecido narrativo, Uma Estória de Amor coloca em pauta a questão essencial da permanência das velhas narrativas orais no imaginário individual e coletivo. Este trabalho procura verificar, portanto, a função e o papel que o imaginário das histórias orais exerce na estrutura do conto e propõe que, ao construir o enredo como um amálgama de conto e narrativa oral, Guimarães Rosa mantém um forte vínculo com o universo da experiência coletiva. Fechando com o relato de uma narrativa que encerra um mistério, aproximando-se do mito, o conto mergulha nas fontes arcaicas da literatura e resgata a palavra do mito como algo ainda capaz de significação. |