Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Watari, Fernanda Lye |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-30082021-113111/
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Resumo: |
Introdução: A monoparentalidade materna por escolha é um fenômeno crescente em diversos países e ganha impulso com as tecnologias reprodutivas (TR) ao possibilitar que mulheres solteiras busquem e concretizem a maternidade utilizando material genético de terceiros. As TR possuem elevado custo e estão disponíveis apenas para uma pequena parcela da população. No Brasil, este fenômeno embora apresente números progressivos, ainda é pouco conhecido. A monoparentalidade materna brasileira por escolha, nosso foco de estudo, envolve a construção de projeto de filiação que tem modificado a equação das relações sociais para a parentalidade e possui motivações e implicações sociais relevantes a serem compreendidas. Objetivos: Objetivou-se investigar as motivações que levaram à construção da maternidade monoparental por escolha por meio do acesso às tecnologias reprodutivas, identificando os sentidos atribuídos pelas mulheres participantes do estudo. Metodologia: De natureza qualitativa, o estudo empírico contou com a realização de dez entrevistas semiestruturadas com mulheres em idade fértil, residentes no município de São Paulo-SP, que estavam buscando tratamento de TR, em curso ou o tinham finalizado com êxito. As idades variaram entre 23 a 45 anos, com renda mensal entre 1.500 reais a 35 mil reais; quanto à escolaridade temos uma com nível médio completo, uma com superior completo e as demais, pós-graduadas; autodeclaração de raça/cor predominantemente branca e duas pardas. As participantes foram recrutadas por meio de consulta a clínicas de RA e por acesso a rede de contatos da pesquisadora na qual, através de dois desses contatos, obteve-se subsequentes participantes através da metodologia da bola-de-neve. O número de entrevistas foi delimitado pelo uso da técnica de saturação teórica. Resultados: As motivações ao projeto monoparental materno eleito, demonstrou o valor e o sentimento de realização que a maternidade possui às mulheres entrevistadas, suas concepções sobre configurações familiares e a importância dos laços biológicos da parentalidade. Dentre as técnicas de RA, percebeu- se que as escolhas não são totalmente livres e sofrem influências de questões sócio-políticas-econômicas. A utilização de material genético de terceiros passa pela eleição a bancos nacionais ou internacionais e a escolha da amostra seminal, com identidade do doador sendo anônima ou não. A maternidade solo traz o desafio de conciliar as demandas individuais e profissionais com as necessidades da criança; contar ou não aos/às filhos/as o processo conceptivo; as preocupações de vivenciar preconceitos e discriminação por suas decisões familiares. Considerações finais: O projeto de filiação é permeado por questões emocionais e foi impulsionado pela visão que essas mulheres têm de si como indivíduos socialmente independentes. A monoparentalidade materna por escolha enquanto objeto de estudo é relevante para melhor compreender os contextos maternos e femininos, além de suas demandas, situando a posição da mulher na sociedade considerando o contexto desse fenômeno |