Análise de eficácia e segurança da derivação arterial iliacofemoral com veia autóloga de membro superior na doença arterial obstrutiva crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Giusti, Júlio César Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-22102024-160424/
Resumo: INTRODUÇÃO: Na isquemia crítica de membro inferior, a revascularização arterial é imperativa quando há o objetivo de salvamento de membro. Habitualmente, quando a abordagem cirúrgica dos segmentos aortoilíaco e iliacofemoral faz-se necessária, a prótese sintética costuma ser o conduto de escolha. Porém, em pacientes com elevado risco de infecção de sítio cirúrgico, as complicações relacionadas à infecção protética tornam-se frequentes e, geralmente, estão relacionadas a desfechos indesejados como amputação maior e óbito. As veias de membro superior já comprovaram previamente sua importância como substituto autólogo nas derivações arteriais infrainguinais, além de apresentarem menor suscetibilidade a processos infecciosos, mas pouco se sabe sobre seu comportamento no segmento iliacofemoral. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia e a segurança da utilização de veias de membro superior como substituto alternativo na derivação arterial iliacofemoral, em pacientes portadores de isquemia crítica de membro inferior. MÉTODO: No período entre novembro de 2013 e novembro de 2021, 52 pacientes foram submetidos a 53 derivações iliacofemorais consecutivas utilizando, como conduto, veias do membro superior. Todos os pacientes eram portadores de lesão trófica infectada em membro isquêmico e/ou apresentavam prega inguinal hostil e foram considerados de elevado risco para infecção protética pósoperatória no momento da revascularização. Foi realizada uma análise de banco de dados prospectivo envolvendo três hospitais na cidade de São Paulo. A eficácia do procedimento foi demonstrada por meio da sobrevida livre de amputação (SLA), e a segurança foi avaliada mediante a taxa de eventos cardiovasculares adversos maiores (ECAM) em 30 dias. RESULTADOS: A média de idade foi de 64,2 ± 8,4 anos com predominância do sexo masculino (69,8%). A hipertensão arterial sistêmica (69,8%), o diabetes mellitus (64,1%) e a dislipidemia (60,3%) foram as principais comorbidades. No período pré-operatório, mais da metade dos casos operados apresentava características de prega inguinal hostil, e 32% dos pacientes tinham sido submetidos a um acesso cirúrgico vascular prévio, em região inguinal. Ademais, abdome em avental e dermatofitose inguinal foram encontrados em 22% e 11% dos pacientes, respectivamente. Aproximadamente, 62% da casuística apresentava oclusão da artéria femoral comum no momento da revascularização. Os principais substitutos utilizados nas derivações iliacofemorais foram, preferencialmente, a veia basílica (69,8%), seguida da veia cefálica (22,6%) e da composição basílico-cefálica (5,7%). O sucesso técnico imediato foi de 100%. Foram observados cinco (9,4%) casos de ECAM nos primeiros 30 dias. A mortalidade geral perioperatória foi de 3,8%. A mediana de tempo de seguimento ambulatorial foi de 615, IC95% [391, 869] dias. As estimativas de SLA foram de 84% (EP: 5%) e 71% (EP: 6%) em um e dois anos, respectivamente. A análise univariada não demonstrou associação entre os fatores analisados e o desfecho primário de amputação maior e/ou morte. As estimativas de sobrevida global e cicatrização completa de feridas/úlceras foram de 86% (EP: 4%) e 76% (EP: 6%), em um ano, e 75% (EP: 6%) e 93% (EP: 4%), em dois anos, respectivamente. CONCLUSÃO: A derivação iliacofemoral com veia de membro superior como substituto arterial demonstrou ser um procedimento eficaz e seguro, com elevada estimativa de SLA e pequeno número de complicações cardiovasculares perioperatórias.