Disputas em torno do \'lixo\': a coleta seletiva em São Paulo à luz da Teoria dos Campos de Ação Estratégica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Hidaka, Gustavo Setsuo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-25112021-105033/
Resumo: A coleta seletiva é uma das formas com as quais os resíduos sólidos urbanos podem ser valorizados, através de sua reinserção na cadeia produtiva. Os serviços de coleta seletiva formam um sistema complexo, no qual permeiam diversas visões e interesses distintos entre diferentes atores. O objetivo geral da pesquisa foi entender e caracterizar as disputas no campo da coleta seletiva do município de São Paulo à luz da Teoria dos Campos de Ação Estratégica. Foram identificados e selecionados 16 audiências públicas e 16 eventos ou mesas de discussão sobre o tema. Os dados foram analisados através de análise temática. Os resultados mostram a coleta seletiva em São Paulo como um campo que nas últimas duas décadas funcionou com relativa estabilidade, no que diz respeito às regras e normas que regem a ação estratégica no campo. Apesar disso, identificou-se no campo marcante assimetria de poderes. Uma concepção mais centralizadora da coleta seletiva, capitaneada pela influência das empresas privadas, tende a se destacar no campo. Essa visão se sobressai à concepção descentralizada da coleta seletiva preconizada pelos catadores de materiais recicláveis. Por fim, identifica-se a formação de um movimento exógeno que compete com a coleta seletiva, baseado em soluções centralizadas de unidades de recuperação energética através da incineração de resíduos e de coprocessamento. Essas movimentações mobilizam novas linhas de ação estratégica em resistência, baseadas em soluções descentralizadas que envolvem a coleta seletiva e a compostagem.