Eventos adversos médicos em idosos hospitalizados: frequência e fatores de risco em enfermaria de geriatria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Szlejf, Cláudia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-30112010-152956/
Resumo: Introdução: idosos hospitalizados apresentam maior risco de sofrer eventos adversos na internação que adultos jovens, com consequências mórbidas significativas. O objetivo deste estudo é estimar prospectivamente a freqüência de eventos adversos médicos, os fatores de risco para sua ocorrência e sua relação com óbito intrahospitalar em idosos admitidos aos leitos destinados a cuidados de descompensações clínicas agudas de uma enfermaria de geriatria. Métodos: estudo de coorte prospectivo incluindo as admissões de pacientes com 60 anos ou mais aos leitos destinados a cuidados de descompensações clínicas agudas da Enfermaria de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com duração maior de 24 horas, entre abril de 2007 e julho de 2008. Na admissão foram obtidos dados sobre sexo, idade, número de drogas utilizadas, presença de síndromes geriátricas (imobilidade, instabilidade postural, incontinência esfincteriana, demência, depressão e delirium), comorbidades, status funcional (índice de Katz) e gravidade de doença (SAPS II). Durante o período de internação avaliou-se a ocorrência de delirium, infecção, a prescrição de medicamentos inapropriados ao idoso (critérios de Beers) e óbito intrahospitalar. Um observador não envolvido nos cuidados dos pacientes relatou a ocorrência de eventos adversos médicos. Resultados: foram incluídas 171 admissões de pacientes, com idade média de 78,12 anos ± 9,27, sendo 101 do sexo feminino. Ocorreram 187 eventos adversos médicos em 94 admissões (55%), com 2,01 eventos por admissão. Não foi possível identificar fatores preditores da ocorrência de eventos adversos médicos. As admissões com ocorrência de eventos adversos apresentaram maior tempo de internação na enfermaria de geriatria (21,41 dias ± 15,08 X 10,91 dias ± 7,21, p<0,001) e maior mortalidade intra-hospitalar que as admissões onde não houve eventos. Como fatores preditores de mortalidade intra-hospitalar após análise multivariada identificou-se o SAPS II (Razão de chances (OR)=1,13, intervalo de confiança (IC) 95% 1,07-1,20, p<0,001), índice de Katz na admissão (OR=1,47, IC 95% 1,18-1,83, p=0,001) e ocorrência de eventos adverso médico (OR=3,59, IC 95% 1,55-8,30, p=0,003). Conclusões: Eventos adversos médicos devem ser considerados em todo idoso hospitalizado uma vez que são bastante frequentes nessa população. Não há um perfil de risco para indivíduos suscetíveis. Estes eventos apresentam impacto na mortalidade e no tempo de internação.