Cigarro e outras formas de tabaco: investigação de conhecimento, atitudes e percepção de risco em estudantes de medicina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Soares, Tatiana de Abreu Braga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-17102018-160831/
Resumo: O tabagismo mata um a cada 10 fumantes no mundo e é a principal causa evitável de morbimortalidade. O Brasil possui cerca de 25 milhões de tabagistas. Os profissionais de Saúde têm um importante papel no controle da pandemia do tabagismo, seja como educadores, formadores de opinião ou como promotores de prevenção e tratamento. A epidemia de tabagismo nas últimas décadas caracteriza-se pela redução do número de usuários de cigarro e crescente uso de formas alternativas de tabaco. Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil de consumo, crenças, percepção de risco, atitudes e conhecimentos a respeito de tabagismo em estudantes de Medicina do 1º e 6º anos. Trata-se de um estudo observacional transversal, com componente descritivo e com componente analítico. Foram entrevistados alunos do curso de Medicina de uma faculdade pública (FMRP-USP) e de três faculdades privadas (UniSEB, UNAERP e Centro Universitário Barão de Mauá) da cidade de Ribeirão Preto-SP. O questionário incluiu dados sócio demográficos, de exposição ao tabaco e outras substâncias psicoativas, motivação para cessação, avaliação de conhecimento médico sobre tabagismo, atitudes perante o tabaco e percepção de risco. A coleta de dados aconteceu nos anos de 2016 e 2017. A análise de dados foi realizada com o auxílio do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Adotou-se como nível de significância para todas as análises p <= 0,05. 859 alunos foram convidados a participar da pesquisa e 420 responderam o questionário, 63,3% era do sexo feminino. Os achados do presente estudo vão ao encontro com o que vem sendo descrito na literatura. A prevalência de tabagismo encontrada foi semelhante à prevalência de tabagismo no Brasil, porém uma prevalência menor em alunos do 1º ano. A idade média de experimentação foi de 17,5 anos. A maioria dos estudantes não se via como dependente de tabaco, fazia uso ocasional e utilizava principalmente o Narguilé (15,2%), produto considerado mais prejudicial quando comparado ao cigarro comum (p>0,001). O consumo de álcool foi elevado e descrito como um facilitador para o uso de tabaco. A nicotina foi considerada viciante (p>0,001). O fumo ocasional foi considerado prejudicial (88,3%), assim como o uso dos diferentes produtos de tabaco na gestação. No que diz respeito ao papel dos profissionais de saúde, 93,1% acredita que deveria aconselhar seus pacientes a parar de fumar; 63,7% que profissionais fumantes seriam menos propensos a aconselhar seus pacientes; 81,3% acredita que deveria aconselhar seus pacientes a evitar outras formas de tabaco e 78,2% considera esses profissionais modelo para pacientes e público em geral. Verificou-se a falta de conhecimento e percepção de risco distorcida (crenças) quanto ao potencial de dependência dos produtos alternativos de tabaco e riscos do tabagismo. Sextanistas relataram ter recebido treinamento formal para abordagem do fumante e cessação do tabagismo e sentir-se seguros para orientar seus pacientes. Formação e treinamento adequados são essenciais e demandam maior responsabilidade social e acadêmica pelos estudantes de Medicina. Investir em ações que trabalhem especialmente as crenças, percepções de risco e atitudes a respeito dos diferentes tipos de tabaco, são necessárias para uma maior conscientização quanto ao uso e prejuízos à saúde causados pelo tabagismo.