Relampejos do passado: inscrição da morte no espaço público através da exumação de corpos de desaparecidos políticos da ditadura militar brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ribeiro, Amanda Brandão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-29072015-125647/
Resumo: A prática do desaparecimento forçado foi adotada de forma sistemática e generalizada pelo Estado brasileiro durante a ditadura civil-militar (1964-1985) contra os opositores políticos do regime. Tal política consistiu na detenção ilegal, seguida da execução e da ocultação dos corpos. Em busca de noticias sobre seus entes, os familiares de desaparecidos políticos passaram a se organizar em associações, reivindicando o esclarecimento das circunstancias da morte, a localização e identificação os corpos e o julgamento dos agentes responsáveis. Passados mais de 40 anos, os corpos permanecem insepultos e sem identificação. A situação dos desaparecidos parece sempre retornar, mas sem se resolver completamente. Os marcos principais de discussões públicas acerca do tema foram a Lei de Anistia (1979), a abertura da Vala de Perus (1990), a promulgação da Lei dos Mortos e Desaparecidos (1995) e, mais recentemente, a instalação da Comissão Nacional da Verdade (2012). Portanto, as motivações da dissertação foram compreender como a busca pelo esclarecimento das mortes, o reconhecimento dos corpos e o julgamento dos acusados se articulam com a elaboração do luto dos familiares de desaparecidos políticos. A partir daí, abordo as características assumidas pelo luto de uma morte inacabada, sem materialidade e como os familiares mobilizam e transmitem a memória de seus entes, subvertendo o terror e o silêncio que lhes impuseram o Estado. Exploro assim como a continuidade da prática de desaparecimento forçado levados a cabo por agentes policiais-militares conecta passado e presente em um continuum de violações de direitos humanos, fazendo os interlocutores deste trabalho questionar sobre a efetividade da democracia nacional.