Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Cassiano, Maria Julia Silveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-15072024-164314/
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Resumo: |
Alguns estudos têm mostrado associações importantes entre tipo de apego nas relações primárias com a figura materna (cuidados primários) e o desenvolvimento posterior de dificuldades no campo psicológico, como ansiedade e depressão identificadas em adolescentes e crianças que vivenciaram apego inseguro ou ansioso. Conhecer aspectos inerentes ao tornar-se mãe é primordial para a prevenção e cuidados de possíveis transtornos pós-natais, mas existe pouca literatura sobre funcionamento psíquico antes e depois do parto a partir de métodos projetivos de avaliação psicológica. Este trabalho objetivou avaliar características do funcionamento psicológico relativas à personalidade, aos estilos de apego e às vivências afetivas de mulheres grávidas, antes e após o nascimento de seu primeiro bebê. Buscou-se examinar estas variáveis por meio de instrumentos padronizados de avaliação psicológica, a saber: Adult Attachment Interview (AAI), Relashioship Scale Questionnaire (RSQ), Método de Rorschach (Escola de Paris) e Escala de Afetos Positivos e Negativos (PANAS). A amostra de conveniência está composta por 15 mulheres, primíparas, de gravidez desejada, sem problemas de saúde ou psicológicos. Foram avaliadas no último trimestre de gravidez e, no pós-parto, até três meses após o nascimento do bebê. A idade média da amostra foi de 29,4 anos (±2,6) e a média de semanas de gestação foi de 30,5 (±3,7). Os resultados foram analisados em termos descritivos e interpretativos, conforme os referenciais técnico-teóricos dos instrumentos utilizados. A partir do RSQ foi possível classificar os estilos de apego das participantes na gravidez (cinco Seguro; oito Evitativo; dois Medroso) e no pós-parto (cinco Seguro; nove Evitativo; um Preocupado), destas, nove mantiveram o estilo de apego e seis mudaram, sugerindo que a maternidade pode ser um evento que impacta no estilo de apego adulto. A análise qualitativa da AAI permitiu identificar vivências de apego na infância, na adolescência e vida adulta, além da relação com o bebê, mostrando-se instrumento clinicamente revelador do impacto dos vínculos pessoais estabelecidos ao longo do desenvolvimento da mãe sobre o estilo de relacionamento concretizado com seu bebê ao nascimento. Este instrumento ainda foi analisado por meio do Software IraMuTeQ, onde os dados foram organizados em dois corpus textuais (gravidez e pós-parto), obtendo três classes lexicais: 1) classe 1: rede de apoio/ experiências de apoio emocional; 2) classe 2: experiências de apego em processo de ressignificação/elaboração; 3) classe 3: vivências de perda das figuras de apego na infância e de distanciamento. Os resultados com o Rorschach trouxeram evidências empíricas de particularidades encontradas na gravidez e no pós-parto, apontando sensibilidade deste método projetivo para captar vivências psíquicas associadas a esta etapa de vida das mulheres, ilustrando-se este processo por meio de relato de caso. Com relação à afetividade, foi observado um aumento significativo de afetos positivos da gravidez (χ= 56) para o pós-parto (χ= 70,7, p= 0,05). Os resultados confirmaram a hipótese de singularidade do processo de emergência do papel materno e do impacto de suas vivências psicológicas sobre o vínculo mãe-bebê, sabidamente interferente nos cuidados materno-infantis, reforçando a necessidade de estudos longitudinais e de avaliação das experiências psíquicas envolvidas na gravidez e pós-parto. |