Um discurso sobre a escolarização da língua materna: língua, linguagem e lingua(gem)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Favaretto, Simone Aparecida Conceição
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-15052013-110336/
Resumo: Este estudo teve o objetivo de problematizar a maneira como o ensino de língua materna pode funcionar como forma de modelar as subjetividades contemporâneas, nas interações vivenciadas pela criança-aluno que ocorrem na escola, da mesma forma que esse ensino evidencia a modelação das redes locais em relação ao sistema nacional. Em um diálogo cauteloso entre Michel Foucault, a Psicanálise e a Linguística, a teia discursiva que se estrutura a partir de tema tão complexo foi analisada, assim como sua forma de captura dos sujeitos no ambiente escolar e no próprio discurso educacional em vigor. Da análise do discurso foram utilizados elementos para compreender e fazer viver os saberes, postos no currículo de língua portuguesa de uma rede municipal do sistema educacional brasileiro, os quais, tratados como discurso de seus atores sociais sobre o manejo no ensino da língua materna, responderam às seguintes questões: Qual a relevância da comunicação, da linguagem, da língua e dos sujeitos no ensino de língua materna? Como se entende a formação do sujeito de linguagem? Quais são as práticas discursivas desejadas na articulação sujeitos-atores e língua, nas propostas de ensino da língua materna? Qual a importância das diferenças individuais nas políticas de ensino de língua materna? A delimitação dos referenciais teóricos que sustentam o ensino de língua materna como objeto de conhecimento e como estratégia de governamentalidade, no ambiente escolar, a perspectiva do currículo como documento de identidade e a apresentação da rede em discurso sobre o ensino pro-posto desencadearam o entrecruzamento das finalidades, objetivos, conteúdos e orientações didáticas, com os sentidos de língua, linguagem e infância materializados, permitindo pensar que a sujeição às diretrizes nacionais apagou o percurso histórico e a singularidade da rede local, ao mesmo tempo que o controle do discurso prescindiu da subjetividade como agente de expressão. Deste estudo decorreu a constatação de que a língua e a linguagem compõem o cenário de tensões entre os dispositivos de poder e o funcionamento dos sujeitos, assim como a forma pensada de ensinar escolariza a língua e aprisiona a ela e a seus agentes, o que faz pensar que a diferenciação entre língua e linguagem não é algo dispensável de reflexão nos dias de hoje.