A modernização agrícola em municípios do Estado de São Paulo e suas implicações epidemiológicas e nutricionais: um estudo crítico sobre os paradigmas da transição epidemiológica e nutricional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Perestrelo, José Paulo Pires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-08052024-142606/
Resumo: A discussão sobre a noção de \"moderno\" esteve presente desde as origens do pensamento social. Uma das grandes problemáticas atuais refere-se ao esgotamento da modernização agrícola. Se de um lado houve ganhos substanciais de produtividade, elevando a oferta de alimentos, por outro a chamada \"Revolução Verde\" não conseguiu afastar o espectro da fome para grandes contingentes populacionais, além de produzir impactos desastrosos no meio ambiente e na saúde. No Brasil, a modernização agrícola acentuou o modelo agro-exportador, baseado no latifúndio, marginalizando milhões de agricultores familiares. Este parece ser o caso de Monteiro Lobato e Santo Antônio do Pinhal, dois municípios encravados na Serra da Mantiqueira, próximo do Vale do Paraíba Paulista, região altamente desenvolvida. Relacionou-se os perfis econômicos dos municípios com dados demográficos, epidemiológicos e nutricionais. Verificou-se que a concentração fundiária está intimamente ligada aos processos migratórios, que as taxas de natalidade, fecundidade e natalidade, juntamente com a mortalidade infantil tiveram quedas significativas e que a tendência secular de crescimento naqueles que nasceram ou passaram a primeira infância nos municípios efetivou-se somente para as mulheres. Percebeu-se que os paradigmas das transições epidemiológicas e nutricionais, baseados numa visão etapista e desenvolvimentista dos processos de morbimortalidade, são incapazes de explicar a complexidade das situações descritas neste trabalho.