Alterações cariotípicas dos cromossomos 7 e 8 em Síndromes Mielodisplásicas de novo (SMD-p) e sua correlação com variáveis biológicas de significado prognóstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Castro, Cláudia Irene Emilio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-24042015-150822/
Resumo: As Síndromes Mielodisplásicas (SMD) são doenças clonais, que se originam em células hemopoéticas totipotentes, com distúrbio na proliferação e perda da maturação celular gerando hipercelularidade na medula óssea (MO) e citopenias no sangue periférico (SP). As SMD ocorrem predominantemente em pacientes mais vellhos e estão associadas com um alto risco de progressão para leucemia mielóide aguda (LMA). A etiologia das SMD é deconhecida na maioria dos casos (de novo), porém 10% das SMD estão associadas ao uso de agentes xenobioticos, como os agentes antineoplásicos e solventes orgânicos (SMD secundária). Os pacientes com SMD apresentam diferente evolução clínica, embora todos sejam incuráveis. Alguns pacientes podem viver por uma década com apenas uma anemia enquanto outros apresentam uma sobrevida curta devido à uma rápida evolução para LMA. Diferentes aspectos biológicos da doença têm sido usados para dividir os pacientes em grupos e auxiliado nas decisões clínicas a serem tomadas em cada caso. A maioria dessas classificações levam em conta os subtipos morfológicos (classificação FAB) e os dados citogenéticos do clone mielodisplásico. Anormalidades cromossômicas são importantes marcadores das SMD. A maioria dos pacientes com esta síndrome apresenta aberrações citogenéticas que podem auxiliar no diagnóstico das SMD. Entretanto, algumas dessas aberrações podem ser correlacionadas com um mau prognóstico, como a monossomia do 7 e a trissomia do 8. Essas aneuploidias têm sido investigadas por estudos citogenéticos convencionais (bandamento G) e moleculares (\"FISH\" - Hybridization in situ Fluorescente). No intuito de se comparar a eficiência de ambas as técnicas e de se definir a freqüência e o significado prognóstico da monossomia do 7 (-7) e trissomia do 8 (+8) em SMD, foram estudados 28 pacientes com SMD-p (17 homens e 11 mulheres) por citogenética convencional (banda G) e molecular (\"FISH\" em intérfase), previamente a tratamento quimioterápico. Para compararmos o estudo cariotípico por bandamento G com o de \"FISH\", 19 pacientes foram estudados e a -7 foi detectada por \"FISH\" em seis pacientes e somente um deles o foi pela citogenética convencional. Os pacientes com -7 apresentaram uma menor sobrevida e um maior risco de transformação leucêmica. Cinco dos seis pacientes com -7 foram previamente classificados (FAB) como subtipos de mau prognóstico. Dois pacientes apresentaram +8, detectada por ambas as técnicas. Não houve diferença na sobrevida destes pacientes. Nossos resultados demonstraram que o \"FISH\" é uma técnica mais eficiente para detectar anomalias cromossômicas numéricas (-7) com importância prognóstica, especialmente em amostras pobres em metáfases, uma vez que \"FISH\" pode ser realizado em núcleos interfásicos.