Importância prognóstica da reatividade linfonodal e de micrometástases em pacientes com câncer de laringe avançado sem metástase cervical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Manfro, Gabriel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5132/tde-11052010-114941/
Resumo: INTRODUÇÃO: A presença de metástase cervical é um dos principais fatores prognósticos em pacientes com carcinoma epidermoide de laringe. A análise rotineira dos linfonodos não inclui a avaliação da reatividade linfonodal, nem pesquisa de micrometástases, podendo ser desprezada informações prognóstica relevantes neste grupo de pacientes. OBJETIVOS: Relacionar a reatividade linfonodal com a recidiva e mortalidade de pacientes com carcinoma epidermoide de laringe estadiados como pT3 e pT4, pN0, identificar através de marcadores imuno-histoquímicos (AE1/AE3, citoqueratina 7 e citoqueratina 5/6) a incidência de micrometástases e relacionar com o prognóstico dos pacientes. MÉTODO: Entre 2002 e 2005, foram selecionados 105 pacientes estadiados como pN0 com carcinoma epidermoide de laringe submetidos à laringectomia total e esvaziamento cervical seletivo dos níveis II, III e IV bilateralmente, com a maioria dos pacientes (69) submetidos à radioterapia adjuvante. Todos os linfonodos foram analisados conforme os padrões de reatividade: hiperplasia folicular (associada à resposta imune humoral), hiperplasia paracortical (associada à resposta imune celular), histiocitose sinusal, linfonodo normal e depleção linfonodal. Apenas os dois primeiros padrões são considerados como linfonodos estimulados e os demais como não estimulados. O padrão linfonodal mais frequente de cada caso foi considerado na análise da recidiva da doença e mortalidade. Todos os linfonodos foram submetidos à análise imuno-histoquímica com o clone de citoqueratinas AE1/AE3, e nos casos de positividade utilizou-se as citoqueratinas 5/6 e 7 para a diferenciação entre micrometástases e inclusões epiteliais benignas. RESULTADOS: Foram analisados um total de 3.648 linfonodos, com uma média de 34,7 linfonodos por paciente. O padrão de reatividade mais frequente foi a histiocitose sinusal (50 casos) seguido da hiperplasia paracortical (35 casos) e hiperplasia folicular (20 casos), não havendo relação entre esta análise e a recidiva (p = 0,98) ou mortalidade (p = 0,49). A resposta imune humoral esteve relacionada com maior mortalidade (p = 0,05), com sobrevida global em 5 anos de 76%, comparado a 60% de sobrevida no grupo com imunidade celular estimulada (log-rank = 0,05). A pesquisa imuno-histoquímica utilizando o clone de citoqueratinas AE1/AE3 foi positiva em 17 pacientes (16,2%) tendo esta análise relação com a recidiva da doença (p = 0,03) e com a mortalidade (p = 0,04). No grupo com AE1/AE3 positivo, a radioterapia associou-se a uma tendência de proteção à recidiva regional (p = 0,06). A citoqueratina 5/6 confirmou a presença de micrometástases em 4 (3,81%) casos e estas não apresentaram relação prognóstica com a recidiva (p = 0,66) e mortalidade (p = 0,66). A citoqueratina 7 diagnosticou inclusões epiteliais benignas em 11 (10,47%) casos. CONCLUSÕES: Pacientes com imunidade celular estimulada (hiperplasia paracortical) apresentaram menor mortalidade comparados aos pacientes com resposta imune humoral (hiperplasia folicular) (p = 0,05). A positividade na pesquisa com o clone de citoqueratinas AE1/AE3 apresentou relação com significância com a recidiva (p = 0,03) e com a mortalidade (p = 0,04). A incidência de micrometástases na pesquisa com citoqueratina 5/6 foi de 3,86% (4 casos de 105) e de inclusões epiteliais benignas foi de 10,47% (11 casos de 105).