Potencialidades e limites do jogo violetas para o enfrentamento da violência de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fornari, Lucimara Fabiana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-22022021-151304/
Resumo: Introdução: A violência contra a mulher é um fenômeno social complexo e historicamente construído que requer dos profissionais que atuam nos serviços de atendimento conhecimento sobre a desnaturalização das violações e o empoderamento das mulheres envolvidas. Os jogos apresentam-se como instrumentos adequados para tal propósito. Objetivo: Compreender as potencialidades e os limites do jogo Violetas para o enfrentamento da violência de gênero. Método: Estudo exploratório, descritivo e interventivo, de abordagem qualitativa. As categorias analíticas foram gênero, violência de gênero e educação crítico-emancipatória. O cenário foi constituído por três unidades da Casa da Mulher Brasileira situadas em Brasília, Campo Grande e Curitiba. Os participantes foram os profissionais responsáveis ou envolvidos no atendimento de mulheres em situação de violência. Os dados foram coletados por meio de Oficina de Trabalho Crítico- emancipatória e os dados foram gravados e transcritos na íntegra. Os participantes jogavam as partidas e depois comentavam a experiência do jogo. O tratamento dos dados foi realizado segundo a proposta de Bardin, com o apoio do Software WebQDA. Resultados e discussão: emergiram três categorias empíricas: Percepções das profissionais em relação à violência contra a mulher; Percepções das profissionais em relação ao Jogo Violetas; Os limites e as potencialidades do jogo Violetas para o enfrentamento da violência de gênero. As questões de gênero foram associadas às concepções de feminilidade e masculinidade, determinadas biologicamente e responsáveis pela construção dos papéis sociais no contexto da vida pública e privada. O jogo permitiu identificar violações visíveis e invisíveis perpetradas contra as mulheres por meio das respostas sobre os filmes que constituem as questões e da dinâmica da partida. Emergiram sugestões de medidas para a prevenção e o enfrentamento da violência de gênero mediante ações individuais e coletivas das jogadoras. Os limites do jogo se relacionaram à ausência de proximidade das participantes com tecnologias lúdicas, ao entendimento das regras e à interpretação de algumas perguntas. As potencialidades foram associadas à estética, à sensação de desafio e à interação estabelecida entre as jogadoras para a elaboração das respostas e estratégias para contenção da violência no tabuleiro. A tecnologia lúdica provocou o surgimento dos sentimentos de tensão e alegria, bem como o compartilhamento de experiências e o estímulo à aquisição de conhecimentos sobre a violência de gênero. Conclusão: O jogo proporcionou reflexões sobre as expressões da violência de gênero, a atuação das profissionais no atendimento às vítimas e a análise sobre a rede de enfrentamento, conformada por serviços especializados e não especializados. Dessa forma, consiste em importante tecnologia para a formação e qualificação das profissionais, pois promove o pensamento crítico e emancipatório sobre a prevenção e o enfrentamento da violência de gênero.