Tomada de decisão e pensamento mágico na atividade profissional em cuidados paliativos: um estudo com enfermeiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Luciene Jacinto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-20062022-145227/
Resumo: O presente trabalho se propôs a verificar o que faz parte do processo de tomada de decisão do profissional enfermeiro que trabalha em Cuidados Paliativos (CP), em relação à conduta a ser seguida por ele quando presta cuidado à pacientes que apresentam doença sem possibilidade de cura. Partimos do pressuposto de que o medo da morte e o pensamento mágico são alguns dos elementos presentes nesse processo de tomada de decisão. De maneira geral, a literatura indica que a humanidade sempre teve medo daquilo que desconhecia e talvez este seja o motivo de temer tanto a morte. Já o pensamento mágico é uma expressão utilizada para descrever a crença segundo a qual certos pensamentos levariam não apenas à realização de desejos, mas também à prevenção de eventos problemáticos ou desagradáveis. Em relação aos CP, podemos afirmar que no Brasil, a inserção da filosofia dos CP nos meios acadêmicos brasileiros é reduzida. Percebe-se que por vezes os profissionais enfermeiros não apresentam absoluta certeza de que o cuidado por eles prestado é realmente o mais adequado. Isso nos fez pensar que talvez esse profissional realize seu trabalho e tome decisões profissionais, pautando-se em regras e protocolos, mas também em crenças e valores próprios, fazendo uso do pensamento mágico descrito por Piaget. Este autor afirma que seria possível que no adulto normal e civilizado, restem vestígios das atitudes mágicas, verificadas em crianças. De acordo com seus achados, essas atitudes seriam igualmente resultado das confusões entre o eu e o mundo exterior, que por vezes reaparecem momentaneamente nos fenômenos de imitação ou de emoção. Foi realizada pesquisa exploratória de campo na cidade de São Paulo/SP. Para tratamento dos dados qualitativos utilizamos a análise de conteúdo de Bardin e para os dados quantitativos o tratamento foi feito através de estatística descritiva. Participaram do estudo, 11 enfermeiros que prestam serviços em instituições e/ou serviços especializados em CP, seja atendimento ambulatorial e/ou domiciliar. Os dados coletados não apontaram o aparecimento do pensamento mágico, conforme hipótese levantada, porém indicaram que a maior parte dos participantes não tem formação em Cuidados Paliativos e faz uso predominante de normas e protocolos técnicos, provavelmente por não se sentirem seguros em relação aos princípios dos CP. A utilização das normas e protocolos de forma quase que exclusiva pareceu inviabilizar que o profissional reflita de maneira mais profunda e acesse o pensamento mágico como um fator subsidiador de sua tomada de decisão profissional