Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Eliete da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-06052014-110606/
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Resumo: |
No interior do amplo processo de digitalização, que se caracteriza como um qualitativo fenômeno de dinamismo e de transformação sociocultural, difunde-se, em diversos contextos e por diversas modalidades, um importante processo de digitalização de grupos étnicos. Tal realidade é responsável não somente por um processo de tradução digital de saberes e culturas locais, mas, ao mesmo tempo, pela instauração de um importante processo de alteração da condição habitativa dessas culturas. De fato, ao conectar-se às redes digitais, uma comunidade expande seu território e seu ecossistema, estendendo-o por meio de um dinamismo metageográfico que o conecta aos outros contextos e culturas e a outros mundos. Criase, assim, um complexo ecossistema que une reticularmente os grupos envolvidos, suas culturas, seus territórios, aos circuitos informativos digitais através de um singular dinamismo tecno-comunicativo-habitativo. Nesse sentido, a pesquisa da qual resultou esta tese objetivou investigar o processo de digitalização decorrente das relações entre \"culturas, mídias digitais e territórios\" - inspirada no conceito do habitar (HEIDEGGER, 1951; ABRUZZESE, 2006; DI FELICE, 2009). Para isso, realizamos uma pesquisa experimental baseada na imersão, na interação, na observação, na interpretação e na comparação de experiências que se desenvolvem reticularmente, propondo, portanto, uma leitura teórica em torno dos significados do \"local digital das culturas\". Tal objetivo foi alcançado pela descrição dos dinamismos associativos dos seus atores-redes (LATOUR, 2004, 2012) mediante o estudo comparativo de dois casos exemplares. A Rede Povos da Floresta compreende o processo de digitalização das culturas e das territorialidades de comunidades situadas na região amazônica e a \"e-diáspora\" dos povos cabilas, originários dos povos berberes (Amazigh) do norte da Argélia, atualmente espalhados no mundo e reunidos nas redes digitais. No primeiro caso, a digitalização significou, além da disseminação dos saberes tradicionais dos Povos da Floresta, a criação de um complexo ecossistema informativo emergente (MORIN, 2001), que estende sua rica biodiversidade a uma dimensão tecno-informativa. No caso da \"e-diáspora\" cabila, a digitalização proporcionou um ecossistema informativo que tornou possível a reunião, a disseminação, a tradução da cultura amazigh (berbere) nos fluxos informativos das redes digitais. O estudo e a análise desses dois casos nos permitiram problematizar o conceito de social, abrindo-nos a uma perspectiva reticular e conectiva do mesmo. |