Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveros, Laura Nataly Garcia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-03122019-155338/
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Resumo: |
O estresse térmico testicular causa degeneração testicular em touros, pois provoca alterações no processo da espermatogênese e maturação espermática, caracterizada pela queda da qualidade seminal. No entanto, a cronologia desses efeitos, desde o aparecimento das primeiras alterações até a recuperação da espermatogênese, ainda não é totalmente compreendida, e é fundamental para fornecer informações que auxiliem no diagnóstico, tratamento e prognóstico desta alteração. Neste sentido, foram realizados 2 experimentos; o experimento 1 objetivou avaliar e definir a cronologia de efeitos do estresse térmico testicular sobre a qualidade das diferentes características estruturais e funcionais de espermaozoides bovinos, especificamente nos primeiros 28 dias pos estresse térmico testicular para dar diagnóstico precoce da degeneração testicular. Foram utilizados 20 touros da raça Nelore e distribuídos em 2 grupos: controle e estresse térmico testicular (bolsas testiculares/96 horas) e submetidos a colheitas de sêmen e sangue semanais, iniciando-se 14 dias antes da colocação das bolsas e se mantendo até 28 dias após a retirada das bolsas testiculares. Todas as amostras de sêmen foram avaliadas quanto à motilidade, morfologia, integridade das membranas plasmática e acrossômica, potencial da membrana mitocondrial, peroxidação lipídica e fragmentação do DNA. Os plasmas seminal e sanguíneo foram avaliados para a peroxidação lipídica. No experimento 2, objetivou-se avaliar as cronologicamente as lesões do estresse térmico testicular sobre a qualidade das mesmas características espermáticas estruturais e funcionais e do sangue mencionadas e avaliadas no experimento1, assim como avaliar o predomínio de defeitos maiores e menores, e a susceptibilidade do sêmen à peroxidação lipídica em cada estágio específico da espermatogênese, maturação espermática e recuperação do epitélio seminífero 1. Para isso foi proposto dividir os achados em 5 períodos: 1 (14 e 7 dias antes do insulto), 2 (dia da retirada do insulto/D0 até 7 dias após), 3 (14, 21, 28, 35 e 42 dias após), 4 (49, 56 e 63 dias após) e 5 (considerado como o período de recuperação do epitélio seminífero: 70 e 77 dias após). Foram utilizadas e distribuídos 10 touros Nelore em 2 grupos: controle e estresse térmico testicular (bolsas testiculares/96 horas) e, submetidos também a colheitas de sêmen e sangue semanais, iniciando-se 14 dias antes da colocação das bolsas e esta vez, se mantendo até 77 dias apósa retirada. Quanto aos resultados, no primeiro estudo foi possível observar principalmente, o aumento de defeitos morfológicos 7 dias após o estresse termico, e fragmentação do DNA 28 dias depois. Já no segundo estudo, notou-se que no período 1 os grupos de touros foram homogêneos antes do insulto. O período 2 mostrou efeitos do estresse térmico testicular sobre a maturação espermática no epidídimo, evidenciados pelo aumento nos defeitos espermáticos e diminuição da integridade das membranas. No período 3 houve aumento da peroxidação lipídica dos espermatozoides e diminuição do potencial de membrana mitocondrial, motilidade espermática, integridade da membrana plasmática e DNA. Durante o período 4, os defeitos continuaram aumentando e o potencial mitocondrial diminuindo. No período 5, houve a recuperação de todas as características espermáticas avaliadas. Desta forma, com os 2 estudos pode-se concluir que a cronologia dos efeitos da degeneração testicular por estresse térmico começa com o aumento dos defeitos espermáticos e da peroxidação lipídica, sugerindo estresse oxidativo do sêmen e alterando em primero lugar a função das mitocôndrias, refletindo sobre a motilidade espermática, a integridade da membrana plasmática e, mais tardiamente, na integridade do DNA. Assim, estes achados permitiram afirmar que, embora a peroxidação lipídica espermática aumente somente durante 14 a 21 dias após o estresse térmico, a motilidade e morfologia espermática e, a integridade das membranas permacem diminuídas até 63 dias após o estresse. Nesse sentido, o conhecimento da cronologia dos efeitos da degeneração testicular por estresse térmico testicular, em cada fase da espermatogênese e maturação espermática, trouxeram informações valiosas sobre o status da espermatogênese e ajudarão no embasameto dos achados clínicos para a realização do diagnóstico da degeneração testicular em touros, proporcionando melhor prognóstico e intervenções terapêuticas. |