Estudo da hidrolaparoscopia transvaginal com novo instrumental de acesso à cavidade pélvica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Vieira, Carlos Henrique Fontana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-07102014-094837/
Resumo: INTRODUÇÃO: A hidrolaparoscopia transvaginal (HLT) é uma técnica de exploração das estruturas tubo-ovarianas em pacientes inférteis sem alteração pélvica determinada. O procedimento consiste no acesso via vaginal da cavidade pélvica com trocarte e introdução de óptica que é acoplada ao sistema de videodocumentação. O exame é realizado em ambulatório com anestesia local. A visibilização é conseguida graças a hidroflotação das estruturas pélvicas provocada pela instilação de soro fisiológico ou solução de lactatoringer. Trata-se de uma das técnicas vídeo-endoscópicas ginecológica mais recentes descrita na literatura, ainda em fase de estudos. Este método permite o diagnóstico de afecções da pelve posterior como, endometriose, cistos ovarianos, aderências, hidrossalpinge, miomas e estudo da tuba distal em pacientes laqueadas. O estudo desenvolvido tem por objetivo avaliar a técnica operatória em si, assim como os achados através deste método e a segurança e eficácia de um novo um novo instrumental, mais particularmente uma agulha de Veress modificada, desenvolvida especificamente para este procedimento. Este instrumental difere de outros utilizados e descritos na literatura por apresentar um dispositivo de segurança em sua base que tem por finalidade fixar a parte interna da ponta da agulha, oferecendo maior segurança ao adentrar-se às cegas na cavidade pélvica através do fórnice vaginal posterior. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Para realização do estudo selecionou-se 38 pacientes laqueadas que apresentavam desejo de gravidez. Foram excluídas pacientes que apresentassem outra afecção pélvica e aquelas cujos parceiros apresentavam espermograma alterado com indicação de fertilização in vitro. O procedimento foi realizado com a paciente em posição ginecológica. Após a anti-sepsia da vulva e vagina procedeu-se à infiltração de 2 ml de lidocaína com vasoconstritor em porção mediana do fórnice vaginal posterior aproximadamente 1,5 cm abaixo da inserção da parede vaginal na cérvice uterina. Depois disto puncionava-se através do local previamente anestesiado com a agulha, objeto deste estudo, já envolta por uma cânula similar a um trocarte, até transpassar-se a parede vaginal e obter-se acesso à cavidade pélvica. Introduzia-se 100 ml de soro fisiológico ou solução de lactato-ringer com lidocaína 2% sem vasoconstritor diluída em uma proporção de 1/100. Após remover a agulha introduzia-se através da cânula uma óptica de 2,9 mm com ângulo de 30º acoplada a um sistema de vídeodocumentação; confirmava-se o acesso ao interior da cavidade e prosseguia-se a instilação de líquido e inspeção da mesma. RESULTADOS: 1) Obteve-se acesso à cavidade pélvica em 36 (94,7%) das pacientes. 2) A quantidade de líquido utilizada variou de 300 a 1500 ml. 3) O escore médio de dor foi de 2,3 na escala visual analógica de dor. O escore médio nas pacientes nas quais se utilizou quantidades 600ml foi de 2,7 e 1,7 respectivamente. 4) Os achados mais comuns durante o procedimento foram de aderências pélvicas velamentosas, além de hidrossalpinge e salpingectomia distal em alguns casos. 5) Não houve qualquer complicação nos 38 casos estudados. CONCLUSÕES: 1) O novo instrumental de hidrolaparoscopia transvaginal (agulhas de Veress modificada) é eficaz em acessar a cavidade pélvica, é seguro e de fácil manuseio. 2) A hidrolaparoscopia transvaginal é um método realizável em âmbito ambulatorial, reprodutível, bem tolerado, de baixo custo e com boa capacidade diagnóstica