Prevalência de hipovitaminose D em gestantes e fatores de risco associados: revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cristófalo, Milena Martello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-11122024-183312/
Resumo: Introdução: A vitamina D exibe indispensável ação na mineralização óssea e homeostase do cálcio e fósforo, além de outras ações relacionadas à redução no risco de agravos cardiovasculares, infecciosos, neurológicos, autoimunes e metabólicos. Na mulher a hipovitaminose D assume particularidades, não só pela sua alta prevalência, mas também pelo impacto em todos os estágios de vida, como infância, adolescência, gestação, aleitamento e após a menopausa. No tocante à gestação os estudos mostram uma associação entre a hipovitaminose D e possibilidade de risco de algumas comorbidades, como síndromes hipertensivas gestacionais, diabetes melllitus e parto prematuro. Entretanto, a real prevalência da hipovitaminose, bem como a categorização de fatores de riscos associados na gestação não é consenso na literatura científica, informação de significado relevante em saúde pública. Objetivos: Estimar a prevalência de hipovitaminose D em gestantes a cada trimestre e identificar os fatores de risco associados. Método: Para estimar a prevalência de hipovitaminose D em gestantes, foi realizada uma revisão sistemática com metanálise, de acordo com as recomendações do PRISMA Statement para avaliação da prevalência de hipovitaminose D. Já para revisão de fatores de risco, foi realizada uma revisão de escopo, de acordo com o Instituto Joanna Briggs. A revisão incluiu artigos disponíveis nas bases de dados Medline/Pubmed, Lilacs e EMBASE, que especificaram a prevalência de hipovitaminose D ou seus fatores de risco, em cada um dos três trimestres de gestação. Resultados: Para a revisão sistemática, foram incluídos 116 artigos, abrangendo estudos de coorte, transversais ou caso-controle aninhados e somando 127.290 gestantes submetidas a avaliação sérica de 25-OHvitamina D. À metanálise, a população estudada mostrou uma carência significativa da vitamina D. Sessenta e oito porcento (IC 0,60-0,76) das gestantes no primeiro trimestre apresentavam concentrações séricas de 25OH vitamina D < 30ng/mL, 81% (IC 0,74-0,87) no segundo e 70% (IC 0,64-0,75) no terceiro trimestre. A revisão de escopo incorporou 18 artigos e apontou fatores de risco associados, como a naturalidade africana ou pele negra, o IMC >30kg/m2 - desde o período pré gestacional - e os hábitos de vestimenta com redução da pele exposta a radiação solar. Conclusões: A análise criteriosa dos estudos incluídos na presente revisão mostra que a hipovitaminose D na gestação:1.É uma condição universal e altamente prevalente; 2.Cursa nos três trimestres; 3.Está associada a fatores de risco como etnia africana e aos relacionados à síntese de vitamina D e comportamentais. Porém, as recomendações de sociedades médicas avaliados na presente revisão não recomendam, de forma oficial, o rastreamento e o tratamento da hipovitaminose D, nem a suplementação de vitamina D em doses, além daquelas já incluídas em polivitamínicos tradicionais.