Entre a suástica e a cruz de Cristo: luteranismo na Era Vargas (1930-1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Camargo, Rebeca Paixão Moura de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-10122024-161745/
Resumo: Esta dissertação objetiva analisar os alemães evangélico-luteranos pertencentes ao Sínodo Riograndense (RS) durante o primeiro mandato de Getúlio Vargas (1930-1945) no poder. A Era Vargas, influenciada por uma concepção cristã essencialmente católica, por um nacionalismo exacerbado e de base autoritária, obedeceu a uma cultura política sectária, que excluía os indesejáveis. No que concerne às duas principais forças políticas do período (Igreja e Estado), observa-se o comprometimento com a construção de uma identidade brasileira que considerava o \"bom brasileiro\" aquele que obedecesse a características raciais, religiosas, políticas e culturais específicas. Neste sentido, o homem branco, católico, apto para agricultura, não associado a movimentos revolucionários e, por fim, \"limpo\" de qualquer influência estrangeira, retratava o ideal de cidadão brasileiro. Demonstraremos que a associação entre estes dois poderes, em diversos momentos, fomentou o isolamento e a violência aos grupos não católicos, considerados como antinacionais e anticatólicos. Dentre essas categorias distintivas do \"brasileiro ideal\", analisaremos os aspectos religioso, nacional e político das comunidades alemãs evangélico-luteranas. Como comunidade estrangeira, confessionalmente distinta da maioria da população brasileira e alvo de desconfiança política – em função da nova conjuntura política imposta pela entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1942) –, este grupo tornara-se um importante alvo da Polícia Política no Brasil e, especialmente, no Rio Grande do Sul. Para este fim, portanto, analisaremos o discurso policial veiculado pela revista Vida Policial, sediada em Porto Alegre, que retratava a visão do órgão sobre o estrangeiro, os pastores, membros e a própria Igreja Evangélica Alemã. Além disso, o discurso policial também expressava e endossava o projeto político varguista, uma vez que a corporação era o braço executivo do regime. Compreenderemos, portanto, de que forma o discurso acerca desse grupo foi sendo construído e sob quais influências, além de delinear os impactos e respostas do Sínodo Riograndense às ações repressivas do governo varguista, especialmente da polícia sul-rio-grandense