Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Nepomuceno, Iamara de Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11122019-172835/
|
Resumo: |
Na segunda metade do século XIX, a família Cruz, de origem afroportuguesa, com acesso a vastos territórios de terra, denominados prazos, foi um dos grandes empecilhos para a efetivação colonial portuguesa na região de Moçambique (atual). Neste sentido, para nossa análise histórica, estabelecemos como recorte espaço-temporal o início da guerra ao Bonga, senhor do prazo de Massangano e, por fim, o período da prisão, em 1889, de sua irmã Dona Luísa do prazo do Goengue, acusada de traição pelo governador geral de Moçambique, o Augusto de Castilho. Para estabelecer a discussão sobre o Bonga, Luísa e a guerra, utilizamos como fonte os relatórios de guerra, ofícios, cartas, notícias de jornais e ainda, os relatos produzidos por viajantes que participaram da expedição luso-francesa comandada pelo oficial militar português Joaquim Carlos Paiva de Andrada durante sua viagem ao vale do Zambeze. Esta expedição mineralógica percorreu os territórios dos prazos partindo de Quelimane indo ao caminho de Tete até o Zumbo, entre os anos de 1881 e 1882 e, passando alguns nos prazos de Massangano e Goengue. Acompanharam esta expedição 12 especialistas com o objetivo de fazer a prospecção do solo e encontrar depósito de minerais, especialmente, jazidas de carvão, ouro e prata. Por intermédio de concepções e métodos advindos de uma produção recente da História Social, da História das mulheres e do movimento feminista africano, abordamos as relações de poder manifestadas pela família Cruz, e demonstramos que vários de seus membros reivindicaram a soberania política dentro de seus prazos, outros se declararam antiportugueses opondo-se a qualquer tipo de ingerência lusitana. Diante disto, nos interessou observar as múltiplas formas de fazer política, hierarquias sociais, relações de parentesco e a atuação de Dona Luísa do Goengue. Além disso, ao refletirmos sobre o papel social exercido por esta mulher, discutimos os estereótipos e mitos construídos como representativos de sua personalidade, procuramos ir além das ambiguidades atribuídas a ela e, problematizar seu lugar social no quadro sociopolítico da Zambézia. |