Avaliação ambiental nas cooperativas de materiais recicláveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Gisele Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-20052015-103437/
Resumo: O sistema capitalista fundado na produção e consumo de bens em escala globalizada trouxe como resultado uma geração de resíduos sólidos urbanos incompatível com a sustentabilidade da vida na Terra. A reciclagem de resíduos sólidos urbanos tem sido uma maneira de minimizar os efeitos negativos desse processo. No Brasil, os catadores de material reciclável são atores reconhecidos social e economicamente como fundamentais para a efetivação da reciclagem. São poucos os estudos sobre a saúde dos catadores e os riscos à saúde a que estão expostos em sua rotina de trabalho. Este estudo buscou identificar possíveis riscos à saúde de catadores em ambientes de trabalho de três cooperativas de reciclagem da área metropolitana da cidade de São Paulo relacionados ao contato com poluição atmosférica na forma de fungos e metais tóxicos, que pudessem levar ao adoecimento a partir da exposição pela via respiratória ou por contato dérmico. Foram aplicados questionários semiestruturados em uma amostra de catadores em três cooperativas da área metropolitana de São Paulo, no intuito de produzir um perfil sociodemográfico desses sujeitos, bem como identificar possíveis exposições e morbidade referida. Foi realizada coleta do ar e de poeira depositada para avaliar a exposição ocupacional a fungos e metais nas cooperativas estudadas. As amostras foram retiradas em pontos fixos de diferentes ambientes de trabalho: balança, bobcat, sala de resíduos eletroeletrônicos, esteira de triagem, prensa, escritório, e refeitório. Como resultado o estudo identificou uma população na faixa etária dos 40 anos, com escolaridade de nível básico e maior participação de mulheres. As doenças mais referidas foram as relacionadas ao sistema respiratório e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). O estudo identificou valores de fungos, mínimos de 116 UFC/m3 monitorados no escritório e máximos de 751 UFC/m3 monitorado na esteira. Os fungos isolados, em ordem decrescente de frequência, foram: Aspergillus spp.(24,0 %); Penicillium spp. (23,0%); Fusarium spp. (21,0%); Cladosporium spp. (19,0%); Rhizopus spp. (11,0%), Nigrospora spp. (2,0 %); Mucor spp.(0,2%) e Fungos não esporulados (0,1%). Foram identificados baixos valores de metais tóxicos no ar (Al, Ba, Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb) e em material particulado depositado no solo (Al, As, Ag, Ba, Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb, Sn, Sr, Zn). Estes resultados indicam maior risco à saúde relacionada a presença de fungos no ar ambiente e com pequeno ou nenhum risco à saúde devido a presença de metais tóxicos no ambiente nas três cooperativas estudadas. Considera-se importante o monitoramento desse tipo de trabalho, considerando-se que a literatura internacional menciona risco de contaminação e a literatura nacional reconhece a fragilidade dos catadores de material reciclável em relação à saúde, dada sua situação de vulnerabilidade social