Identidade indiana e colonialismo português: a Civilização hindu de Adeodato Barreto

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Vecchi, Lucas Henrique Lima
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Anticolonialism; Anticolonialismo; Colonialism; Colonialismo; Goa; Goan literature; India; Índia; Indo-Portuguese Literature; Literatura goesa; Literatura indo-portuguesa; Orientalism; Orientalismo
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-16052023-120743/

Esta dissertação busca evidenciar que a obra Civilização hindu (1935), do goês Adeodato Barreto, procurava atuar no campo social, político e cultural de sua época, visando colaborar com a construção do nacionalismo indiano e a contestação do poder colonial europeu, por meio de um projeto político-pedagógico de divulgação da tradição indiana. Para realizar tal análise, começamos destacando como a trajetória do autor, nascido em Goa e vivendo em Portugal nas décadas de 1920 e 1930, o levou a se aproximar da tradição hindu. Em sequência, analisamos sua escrita e concluímos que sua obra se constitui como um livro de ensaios ao confrontá-la com escritores que teorizaram sobre esse gênero. Comparamos Civilização hindu com ensaios selecionados do também goês Santana Rodrigues e do bengalês ganhador do Nobel de Literatura Rabindranath Tagore, o que mostrou o quanto Barreto seguia uma tradição literária começada por Tagore ao manter elementos narrativos e argumentativos semelhantes aos do autor bengalês. Dentro dessa tradição literária, Barreto apresenta um projeto sociocultural que ganha particularidades diante do contexto histórico que vivia em Portugal. Na intenção de manifestar seu vínculo à luta de independência da Índia, confronta diretamente a empreitada colonial inglesa, a ascensão do nazifascismo, o discurso orientalista, e indiretamente o regime salazarista em Portugal.