"Formação do enfermeiro: buracos negros e pontos de luz"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Gabrielli, Joyce Maria Worschech
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-27102004-094004/
Resumo: O presente estudo constituiu-se em uma pesquisa quantitativa, não experimental, do tipo survey, de natureza descritiva. Teve como objetivos analisar a avaliação que enfermeiros e enfermeiros chefes fazem em relação à formação conferida pelo curso de graduação em enfermagem, bem como identificar, segundo esses mesmos enfermeiros, os pontos fortes – pontos de luz - e os pontos fracos – buracos negros - dessa formação. Foram sujeitos deste estudo, 53 enfermeiros, atuantes profissionalmente em Instituições de Saúde de um município do interior paulista, que concluíram o curso de graduação em enfermagem nos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003, e 31 enfermeiros, seus respectivos chefes. Para a coleta de dados construímos um instrumento, utilizando a escala analógica visual, contendo a descrição de 45 (quarenta e cinco) competências inerentes à atuação profissional do enfermeiro e uma questão sobre o estímulo fornecido, durante o curso de graduação, para a participação em entidades de classe. Após a validação (aparente e de conteúdo) do instrumento de coleta de dados e aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética, demos inicio ao presente estudo. A análise dos resultados foi feita utilizando-se o Programa SPSS (Statistical Package for Social Science), versão 11.5. De acordo com os resultados, o presente estudo nos possibilitou concluir que: o preparo conferido pela graduação ao enfermeiro para organizar e dirigir serviços de enfermagem e/ou de saúde, em especial, foi considerado pouco adequado pelos dois grupos estudados; para os enfermeiros chefes, o preparo para a liderança da equipe de enfermagem é inadequado, o que contradiz a percepção dos enfermeiros; o preparo para a pesquisa que tenha impacto e possa intervir na prática profissional do enfermeiro foi considerado pouco adequado pelos dois grupos; quanto às competências educativas, também foram consideradas pelos dois grupos, como pouco adequadas; em especial, para a questão de programas de capacitação, recrutamento e seleção de pessoal, o preparo foi praticamente considerado como inadequado; para todas as competências, de todas as 31 categorias utilizadas nesse estudo, os enfermeiros avaliam-se melhor preparados pela graduação do que avaliam os enfermeiros chefes; tanto para o grupo de enfermeiros chefes, como para o grupo de enfermeiros, os pontos altos – “pontos de luz" - da graduação se referem, principalmente, às competências assistenciais; sob a avaliação dos dois grupos - enfermeiros e enfermeiros chefes - os pontos fracos – “buracos negros" - se referem, majoritariamente, às competências políticas; o processo formativo ainda nos parece desvinculado da prática profissional, levando a um descompasso entre o que se aprende e o que se vivencia; o discurso de formarmos um profissional crítico, reflexivo, capaz de atuar e promover mudanças na realidade que os rodeia, continua apenas na retórica; as várias reformas curriculares dos cursos de enfermagem têm levado apenas a alterações de aspectos pontuais; a utilização da pesquisa como “norte" da formação do enfermeiro, ainda está muito distante; a graduação deixa a desejar também quanto ao preparo do enfermeiro para desempenhar a função de ensinar/educar.