Acesso a medicamentos: experiência da população de baixa renda na Região do Butantã, São Paulo, 2009

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Bello, Carmen Barata
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-20042012-125004/
Resumo: Introdução: O medicamento, imprescindível no tratamento e recuperação da saúde, cresce em importância, tanto para os profissionais de saúde como para a população. Objetivo: Incluir a experiência da população de baixa renda, na pesquisa em saúde pública, sobre necessidade de tomar medicamentos; apresentar dificuldades vivenciadas, em busca destes; relatar as estratégias adotadas, diante da impossibilidade de consegui-los gratuitamente; estudar a compreensão do valor monetário deste produto; identificar a possibilidade de aquisição de medicamentos de médio e alto custo. Método: Metodologia qualitativa, usando a técnica de grupo focal, com a construção de 3 grupos, com a participação de 31 sujeitos, no período de dezembro de 2008 a março de 2009. Os sujeitos são moradores da região do Butantã, SP/SP, com 40 anos ou mais, com renda mensal até 3 salários mínimos e usuários do SUS, fazendo uso de pelo menos um medicamento. Os três grupos foram formados por usuários de medicamentos de uso contínuo; usuários de medicamentos de médio e alto custo e por moradores de uma favela. As discussões foram conduzidas por 2 profissionais e, foram baseadas em 5 perguntas referentes aos objetivos. Para a análise das discussões, optou-se pelo método do DSC (Discurso do Sujeito Coletivo), com utilização do software Qualiquantisoft®. Resultados: As discussões geraram 23 respostas categorizadas, destacando: a necessidade do medicamento, a dificuldade para consegui-lo gratuitamente; a má divulgação e a falta de informação sobre os programas de distribuição gratuita; a dependência de terceiros para aquisição; a necessidade de procura do medicamento em vários postos de saúde; a necessidade de compra. Medicamentos com preço até 50 reais foram considerados caros para a maioria. Os de alto custo são adquiridos, com algumas dificuldades, destacando-se tempo de espera, e falhas na dispensação. Conclusão: O acesso aos medicamentos mostrou-se parcial, apesar do avanço das políticas públicas na área, fazendo-se necessário um amplo conjunto de medidas, que priorize a manutenção de estoques regulares, a humanização do atendimento, a disponibilidade de profissionais competentes e que tenham compromisso social, para que a população de baixa renda alcance gratuitamente o sucesso terapêutico desejado, de forma regular e sistemática.