A política de medicamentos genéricos e o mercado farmacêutico na Argentina e no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Martich, Evangelina Viviana
Orientador(a): Costa, Nilson do Rosário
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24540
Resumo: Na década de 1990, os países de América Latina mudaram o rumo econômico e adotaram estratégias focadas em políticas econômicas neoliberais. Essas modificações alteraram as condições básicas de mercado dos diferentes setores produtivos e o setor farmacêutico não foi alheio a estas mudanças uma vez que sofreu profundas alterações empresariais, liberalização dos preços, desregulamentação comercial, mudanças regulatórias, entre outras. Como uma possível resposta ao problema do acesso da população aos medicamentos, Argentina e Brasil implantaram políticas de medicamentos genéricos. O presente trabalho analisa as estratégias adotadas por estes dois países em perspectiva comparada. Para analisar as possíveis mudanças produzidas na estrutura de mercado nos dois países, observou-se a morfologia dos mercados, a participação dos medicamentos genéricos no mercado após a implantação da estratégia de genéricos e as repercussões em relação a registros, receitas e preços. As evidências recolhidas indicam que na implantação de estratégias de medicamentos genéricos não existe um caminho único e eficaz para contribuir na melhora ao acesso aos medicamentos pela população. De fato, observou-se um leque de opções possíveis frente ao problema do acesso. Na Argentina não se criou um mercado diferenciado para os produtos genéricos, pois se por um lado atingiu-se uma redução dos preços após implantada a Lei, por outro, esta queda não foi mantida ao longo do tempo. No Brasil, além da redução dos preços, constatou-se que os produtos genéricos passaram a ocupar uma parcela importante do mercado. Os resultados desta investigação apontam ainda possíveis contradições nos efeitos da implantação da estratégia de medicamentos genéricos. Esperava-se que a liberalização dos mercados sofrida pelos países durante a década de 1990 contribuísse para a destruição das empresas nacionais, porém não foi isto o que aconteceu. A indústria farmacêutica nacional, tanto na Argentina quanto no Brasil, em função de diferentes variáveis institucionais apontadas ao longo do trabalho, reposicionou-se e lidera hoje o mercado de vendas em seus países.