Aleksandr Nikolaevitch Sokúrov: do filme à poesia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sobrinho, Alexandre Lúcio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-27062019-131519/
Resumo: Para compreender o Fausto de Sokúrov, o crítico deve levar em conta que percebemos nele, a priori, um diálogo com a pintura e com o teatro, evidentemente. Não se trata apenas de referências, ou intertextos, pois o filme está impregnado de elementos iconográficos e de metáforas, de modo que, ao analisar a obra, é necessário atentar para as sutilezas dos símbolos que são apresentados ao longo do filme. E, mais, a tessitura da narrativa oferece características próprias da poesia. Sendo assim, dir-se-ia que há uma construção próxima à prosa poética, que encontramos na literatura de muitos autores. O objetivo, portanto, desta pesquisa será evidenciar que, a partir de uma interpretação livre, Sokúrov pôs em relevo não só os aspectos poético-literários, mas também incluiu e destacou impressionantes imagens pictóricas, que são mais que meras indicações intertextuais com a pintura de grandes mestres, a saber: Hieronymus Bosch (1450-1516), Lucas Cranach (1472-1553), Herri met de Bles (1510-1555 ou 1560), Albrecht Altdorfer (1480-1538), Pieter Bruegel (1525-1569), Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669), David Teniers, o Jovem (1610-1690), Johannes Vermeer (1632-1675) e Caspar David Friedrich (1774-1840). Com o recurso da imagem e do discurso cinematográfico, salientou as antíteses dos estados de alma, que oscilam, no filme, entre o grotesco e o sublime, o belo e o bizarro, o iluminado e o sombrio, o prazer e a dor, a fé e a ciência, a ordem e o caos, a humildade e a arrogância, apenas para citar alguns aspectos presentes no poema trágico de Goethe.