Bestiário do Apolo: a dimensão trágica e inquietante da beleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: COSTA, Marcelo Monteiro
Orientador(a): SILVA, Eduardo Duarte Gomes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Comunicacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/23657
Resumo: O presente trabalho é uma investigação sobre a dimensão trágica da beleza, ou a relação entre o belo e o inquietante (unheimlich), que permeia o fascínio da experiência estética ou da ordem do sensível. Como o próprio título sugere, a pesquisa parte da composição dos impulsos artísticos apolíneo e dionisíaco, para então reivindicar a face inquietante e trágica da beleza, ou o lado obscuro e perturbador na aparência resplandecente de Apolo. Ao retomar o conceito do belo através de uma harmonia dos contrários ou de uma poética do encontro entre o bestial e o rigor da forma, entre a graça e a crueldade humana, entre a razão e a vontade, a intenção é restabelecer e ressignificar as concepções estéticas que viam no belo e no inquietante não campos de atuação opostos que se excluem, mas componentes de uma beleza insondável que inquieta e perturba em seu caráter inapreensível. Uma beleza capaz de trazer à tona aquilo que era pra ser mantido oculto ou em segredo. Num segundo momento, a concepção do unheimlich como algo da ordem do estranho-familiar é retomada a partir das narrativas de retorno à casa, especialmente A parábola do filho pródigo. A casa enquanto abrigo é aqui tomada como refúgio e lugar do repouso contra a ameaça da noite que inquieta e perturba. A casa em sua dimensão estética, no confronto entre o que é heimlich e doméstico, e o unheimlich ou estranho. A construção do lar enquanto elemento reconfortante sofre aqui a ameaça da dimensão trágica. É dentro dessa prerrogativa da fruição estética como uma experiência da ordem do estranho-familiar que o trabalho consolida sua tese. Uma forma retórica de reafirmar que mesmo dentro de estruturas estabilizadoras, como o conceito apolíneo de beleza na estética, ou a volta ao "lar doce lar", há sempre uma dimensão trágica e perturbadora a se manifestar e provocar fascínio.