Validade e confiabilidade da ressonância magnética para o diagnóstico da rotura do tendão do subescapular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ramadan, Lucas Busnardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-07112018-113001/
Resumo: INTRODUCÃO: A acurácia da ressonância magnetica (RM) para a detecção de rotura do subescapular apresenta ampla variação na literatura. Existem poucos estudos prospectivos e grande variação metodológica. Acredita-se que estas roturas sejam mais dificilmente diagnosticadas do que as posterossuperiores. O tendão do subescapular apresenta importância na biomecânica no ombro e sua rotura leva a prejuízo funcional. Uma ferramenta diagnóstica de boa acurácia é fundamental na prática clínica, influenciando o prognóstico e o planejamento cirúrgico. O objetivo deste estudo foi avaliar a validade da RM pre-operatória na identificação das roturas do subescapular, comparando os achados de imagem com os dados intra-operatórios de cirurgia artroscó pica. Como objetivo secundário, avaliamos a confiabilidade do método, por meio da concordância interobservador e intraobservador. MÈTODOS: Realizamos um estudo de acurácia diagnóstica comparando os achados da RM (teste índice) com os da artroscopia (teste de referência), em uma coorte prospectiva. Foram incluídos pacientes submetidos a artroscopia para tratamento de roturas do manguito rotador que houvessem realizado RM de alto campo magnético, sem uso de contraste. Foram excluídos casos de manipulacão cirúrgica pregressa no ombro, exames com artefatos de movimentação, indicação cirurgia por via aberta e intervalo entre a RM e procedimento cirúrgico superior a um ano. As imagens foram avaliadas por um cirurgião de ombro e dois radiologistas musculoesqueleticos, de maneira independente e cegos em relacão aos resultados da artroscopia, sendo reavaliadas apos 3 meses pelo cirurgião. Calculamos a validade (sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia) e confiabilidade (concordancia inter e intraobservador) da RM em detectar roturas do subescapular. RESULTADOS: Avaliamos 200 ombros. A incidencia de roturas do subescapular foi de 69,5% (41,5% parciais e 28,0% transfixantes). O cirurgião de ombro apresentou sensibilidade de 51,1 a 59,0% e especificidade de 91,7% a 94,4%. Os radiologistas, 83,5 a 87,1% de sensibilidade e 41 a 45,9% de especificidade. A acura?cia variou de 60,5 a 73,0%. Os valores médios de sensibilidade, especificidade e acurácia foram 70,2%, 61,9% e 67,6%, respectivamente. A concordância interobservador foi moderada para a deteccao de roturas do subescapular (coeficiente kappa 0,463, IC 95% 0,383- 0,534, p < 0,001), assim como a intraobservador (coeficiente kappa 0,546, IC 95% 0,430-0,662, p < 0,001). Os pacientes com rotura do subescapular apresentaram maior incidencia de rotura e instabilidade do bíceps, maior degeneração gordurosa do subescapular e média de idade superior. As demais variáveis nao apresentaram diferenças estatisticamente significantes. CONCLUSAO: A RM de alto campo magneético sem contraste apresentou valores médios de sensibilidade, especificidade e acurácia de 70,2%, 61,9% e 67,6%, respectivamente. A sensibilidade foi superior nos radiologistas enquanto a especificidade no cirurgião de ombro. A concordância interobservador e intraobservador foi moderada