Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Luzia Estevão |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-11062008-155142/
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Resumo: |
Esta pesquisa teve como objetivos: 1. registrar por meio da pesquisa de campo a atual situação de duas escolas públicas paulistanas no que se refere à alfabetização, 2. repensar o mito do método de alfabetização como única variável no fenômeno do \"analfabetismo escolar\" e levantar outras variáveis que contribuem para a reprodução (segundo Bourdieu) do analfabetismo nas classes sociais menos favorecidas, 3. apontar algumas conseqüências desse fenômeno como a estigmatização dessas pessoas e as conseqüências do analfabetismo para a sua vida social, profissional e econômica. O objeto/problema dessa pesquisa foi a relação entre o aprendizado da leitura e da escrita por alunos dos primeiros anos do ensino fundamental e os estigmas sociais advindos das diversas relações entre o aluno e a cultura escrita. O trabalho de campo foi realizado em duas escolas públicas municipais da cidade de São Paulo, denominadas Escola Leste (na qual realizei o trabalho nos anos de 2001 a 2004) e Escola Norte (na qual realizei o trabalho no ano de 2005). Os sujeitos da pesquisa na Escola Leste foram uma turma do quarto ano do Ciclo I do Ensino Fundamental, com enfoque em 10 alunos não-alfabetizados; na Escola Norte foi observada uma turma de quarto ano considerada como a \"pior\" da escola pelos profissionais contatados pela pesquisadora. Além desses sujeitos centrais, professores, diretores e coordenadores também contribuíram para a coleta de dados por meio de depoimentos e entrevistas. Essa coleta baseou-se em metodologia de pesquisa qualitativa, com características etnográficas. A pesquisadora conviveu com alunos em diversos locais dentro e fora da escola, conhecendo algumas famílias; participou ainda de eventos com professores, tais como reuniões, cursos e festas escolares. O texto resultante dessa pesquisa está dividido em quatro partes. Na primeira, fizemos uma síntese de alguns conceitos e debates realizados na área de alfabetização desde os anos de 1980 até os meses iniciais de 2006, período em que ocorreu uma polêmica acirrada entre os defensores do método fônico e defensores de outros paradigmas. Na segunda seção, procuramos traçar um perfil social dos sujeitos deste trabalho, utilizando-nos dos conceitos de estigma e de estranho, retirados da obra de Goffman e Bauman, respectivamente, e da análise da estrutura social da cidade de São Paulo, realizada com estatísticas oficiais. Quanto à questão cultural que envolve o ensino da língua escrita, partimos da contribuição de Biarnès, professor da Faculdade Paris XIII. Na terceira seção, apresentamos os dados coletados e, em seguida, na quarta seção e nas considerações finais, apontamos as variáveis, que, além do método de ensino, contribuem para o analfabetismo escolar, tais como as relações entre o espaço geográfico e a má qualidade do ensino, o currículo escolar e problemas administrativos. |