Grupo de psicoeducação diretivo e não-diretivo: impacto na adesão, conhecimento e qualidade de vida de portadores de Transtorno Afetivo Bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Cavelagna, Milena Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-05112012-203023/
Resumo: O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é crônico, grave, prejudica a qualidade de vida (QV) do portador e requer tratamento medicamentoso contínuo, mas os portadores têm dificuldade em aderir à farmacoterapia. A psicoeducação pode propiciar a adesão medicamentosa, manejo adaptativo do transtorno, aumento da QV, entre outros benefícios. Este estudo teve como objetivos identificar e comparar o impacto da psicoeducação, em grupo diretivo (GD) e não-diretivo (GND), no conhecimento do portador sobre o TAB e medicamento, na sua adesão à terapia medicamentosa, na sua QV e verificar como ele percebe seu cotidiano, antes e após a psicoeducação. Trata-se de estudo de intervenção, longitudinal, tipo follow-up, com abordagem quali-quantitativa. A amostra incluiu 28 portadores de TAB, não aderentes à farmacoterapia, acompanhados em um Núcleo de Saúde Mental (NSM). Os participantes foram distribuídos, por sorteio, em três grupos: grupo controle (GC), composto por 12 pacientes, GD e GND, com oito pacientes cada. Ambos os grupos de intervenção foram submetidos a 21 sessões semanais de psicoeducação (com temas pré-definidos para o GD e temas definidos pelos pacientes no GND) e três encontros de follow-up, além do tratamento padrão oferecido pelo NSM. O GC foi submetido ao tratamento padrão oferecido pelo NSM. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada norteada pelos instrumentos: Teste de Morisky e Green, Instrumento de avaliação do grau de conhecimento sobre a terapêutica medicamentosa, WHOQOL-bref e roteiro elaborado pela pesquisadora. Para a análise dos dados quantitativos foi utilizado o programa SAS 9.0 e para os dados qualitativos, a Análise de Conteúdo. Os resultados revelaram que ambos os grupos, GD e GND, interferiram positivamente no aumento do conhecimento do paciente sobre o nome e dose do medicamento utilizado, em relação ao GC, porém, não diferiram entre si. Parte dos pacientes passou a aderir aos medicamentos, em diferentes momentos, nos grupos GD e GND, entretanto não foram verificadas diferenças significativas em relação ao GC ou associação entre tipo de grupo (GD e GND) e adesão. Observou-se aumento não significativo da QV no GD e diminuição no GND em todos os domínios. Não foram observadas diferenças significativas na QV entre grupos de intervenção bem como entre os mesmos e o GC. Três categorias revelaram elementos significativos do cotidiano dos portadores de TAB, antes e após a participação no grupo de psicoeducação: \"A compreensão e aceitação do transtorno\", \"O desejo de estabelecer trocas\" e \"As limitações no cotidiano\". A psicoeducação grupal promoveu entendimento do TAB, trocas de experiências, atenuação de algumas limitações decorrentes do transtorno e o enfrentamento adaptativo de limitações não superadas. Considerando o importante papel dos grupos de psicoeducação no cotidiano dos sujeitos deste estudo, constitui desafio a implementação dessa abordagem terapêutica pela equipe de saúde dos serviços de assistência ao portador de transtorno mental