Sistemas de agendamento em serviços de saúde ambulatoriais: uso da heterogeneidade para ganho de desempenho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oleskovicz, Marcelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-29062020-140134/
Resumo: Sistemas de agendamento são a conexão entre eficiência e qualidade em serviços de saúde ambulatoriais. Vários sistemas de agendamento da literatura buscam equilibrar estes fatores e a heterogeneidade dos pacientes tem sido aplicada em seus modelos com o objetivo de ganho de desempenho. Para se obter este ganho, entretanto, são impostas restrições de horários para pacientes, reduzindo assim a sua flexibilidade de escolha, um importante componente da qualidade no atendimento. Composto de três artigos inter-relacionados, este estudo teve como objetivos a análise de modelos de sistema de agendamento de serviços de saúde ambulatoriais encontrados na literatura e o desenvolvimento de modelos com uso da heterogeneidade para ganho de desempenho, sem perda de flexibilidade na escolha de horários. Com base em lacunas identificadas no primeiro artigo, o qual consistiu em uma revisão sistemática da literatura acerca do tema, foram desenvolvidos dois sistemas de agendamento, para os quais foram conduzidas simulações de eventos discretos e medidos seus desempenhos. Para o sistema do segundo artigo, modelado como sequencial, foi desenvolvida uma heurística para recálculo de horários remanescentes a cada solicitação de agendamento, partindo de uma agenda inicial construída com modelos extraídos da literatura. Estes recálculos basearam-se na probabilidade de no-show dos pacientes, sendo este o fator de heterogeneidade adotado. Observou-se um ganho de desempenho em termos de custo total (TC) variando entre 0,46% e 5,94%, entre as médias dos 18 ambientes simulados, sendo que os menores custos foram obtidos nos cenários com menores relações entre custos do paciente e custos do servidor (CR), bem como menores coeficientes de variação dos tempos de serviço (Cv). Constatou-se, ainda, que a heurística proposta é mais eficiente quando pacientes com maior taxa de no-show predominam na sessão de atendimento. No modelo do terceiro artigo, também desenhado como sequencial, a heterogeneidade foi caracterizada por diferentes probabilidades de no-show associadas a períodos da sessão de atendimento. Aplicando-se regras de agendamento desenvolvidas para heterogeneidade de pacientes identificadas na literatura, observou-se melhora de desempenho em 54 dos 72 cenários, com ganho médio de TC variando de 0% a 9,54%. Constatou-se que este ganho cresce com o aumento da diferença entre as probabilidades de no-show dos períodos da sessão. Tanto no modelo do segundo artigo como no do terceiro foi adotada a análise de medidas repetidas com ajuste de Bonferroni como teste de significância. Entre as limitações, este estudo se restringiu a apenas uma parcela da ampla gama de combinações possíveis de fatores ambientais. Também pode ser destacado o uso de apenas uma variável, a probabilidade de no-show, como fator de heterogeneidade. Quanto a estudos futuros, este trabalho aponta direções para aprimoramento das heurísticas abordadas. Recomenda-se, também, estudos com uso da heterogeneidade associada a períodos da sessão para construção da agenda inicial do sistema com a heurística para recálculos, combinando-se, assim, os sistemas propostos em um modelo único.