Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Henriques Junior, Sérgio Gonçalves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-14102014-104147/
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Resumo: |
A depressão tem sido associada a um maior absenteísmo e uso de serviços de saúde e, sua prevalência em pacientes de atenção primária no momento da avaliação é em torno de 10%. Este estudo teve como objetivo, investigar em uma amostra de uma ambulatório de clínica médica de um hospital escola (Ambulatório Geral e Didático do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), a associação entre: a) transtorno depressivo maior e utilização de serviços de saúde, b) outras depressões e utilização de serviços de saúde, c) transtorno depressivo maior e absenteísmo, d) outras depressões e absenteísmo. MÉTODOS: Dezenove médicos clínicos gerais aplicaram o Primary Care Evaluation of Mental Disorders (Prime-Md) e questões para avaliar o uso de serviços de saúde e absenteísmo no período de 12 meses antes da entrevista, em 414 pacientes. O Prime-Md é uma entrevista para diagnosticar os transtornos mentais mais comuns em atenção primária, desenvolvido para entrevistadores não especialistas. Os transtornos depressivos pesquisados pelo Prime-MD são: transtorno depressivo maior, transtorno depressivo distímico, transtorno depressivo menor, remissão parcial de transtorno depressivo maior, transtorno depressivo bipolar e transtorno depressivo devido a doenças ou uso de substâncias. O diagnóstico segue os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) da Associação Psiquiátrica Americana. A análise estatística comparou três grupos: pacientes com transtorno depressivo maior (N=144), pacientes com outras depressões (N=82) e pacientes sem depressão (N=188). As comparações foram feitas pelo teste do Qui-quadrado ou Mann-Whitney. Dois modelos de regressão logística foram gerados com absenteísmo como variável dependente. A variável independente em um modelo foi o transtorno depressivo maior e no outro o grupo com outras depressões. O modelos foram ajustados para: idade, sexo, estado civil e presença de doença clínica. RESULTADOS: Pacientes com transtorno depressivo maior procuram serviços de saúde em um número significativamente maior do que aqueles sem depressão (p=0,0005). O grupo de pacientes com transtorno depressivo maior e o grupo com outras depressões apresentaram mais absenteísmo (sim/não) ao trabalho, atividades domésticas ou à escola, do que aqueles sem depressão, as diferenças também foram significativas para o número de dias perdidos. De acordo com a análise de regressão logística, pacientes com transtorno depressivo maior apresentaram uma razão de chance (odds ratio) de 1,80 (p=0,015; 95% IC, 1,12-2,90) vezes maior de ter absenteísmo quando comparados com aqueles sem depressão; para pacientes com outras depressões a razão de chance em relação àqueles sem depressão foi de 1,89 (p=0,026; 95%IC, 1,05-5,17) vezes maior. Não encontramos diferenças significativas entre os três grupos quanto ao sexo, idade, estado civil, tipo de serviço procurado (pronto-socorro ou ambulatório/posto de saúde), ocorrência de hospitalização ou doenças crônicas. CONCLUSÕES: O transtorno depressivo maior se associou significativamente com uma maior procura por serviços de saúde. Ambos, o transtorno depressivo maior e o grupo com outras depressões se associaram significativamente com absenteísmo. Nosso estudo não é prospectivo, o que restringe conclusões etiológicas. Entretanto, de acordo com dados da literatura, nossos resultados provavelmente indicam que a presença de transtornos depressivos acarreta maior uso do sistema de saúde e maior absenteísmo ao trabalho ou a atividades acadêmicas. Alem disso, o impacto sobre absenteísmo se estende para formas mais leves de depressão e é independente da idade, sexo, estado civil ou presença de doenças clínicas |