Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Antônio Bruno Alves da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17153/tde-05102020-093149/
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Resumo: |
Neoplasias mieloproliferativas (NMP) BCR-ABL1 negativas são caracterizadas por alterações moleculares que ocorrem a nível de célula-tronco e que desencadeiam proliferação excessiva das células da linhagem mieloide. As NMP BCR-ABL1 negativas clássicas são pela policitemia vera (PV), trombocitemia essencial (TE) e mielofibrose primária (MFP), que compartilham a ativação da via JAK/STAT, na maioria das vezes decorrente da presença da mutação JAK2V617F. As biguanidas, representada pela metformina e fenformina, são compostos extraídos de Galega officinalis que apresentam atividade hipoglicemiante para tratar pacientes com diabetes mellitus do tipo 2 (DM-2). Metformina inibe STAT3/5 e reduz o volume do baço em modelo murino e celular JAK2 V617F. A fenformina é mais potente que a metformina. Testamos a hipótese que a fenformina poderia inibir o fenótipo de NMP em modelos JAK2V617F. O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade antineoplásica da fenformina em modelos de NMP JAK2V617F. Linhagem celular SET-2, modelo murino de NMP JAK2V617F e células primárias de pacientes com NMP foram utilizados. Viabilidade celular foi avaliada por ensaio de MTT e apoptose por Anexina-V-7AAD. O modelo murino de NMP JAK2V617F foi induzido pelo transplante de células provenientes da medula óssea total de camundongos JAK2 WT/Fl- -Vav/Cre CD45.2 em camundongos PepBoy C57BL/6 CD45.1, animais foram tratados com fenformina (40mg/kg/dia, intraperitoneal) ou veículo (PBS; 100μL/dia, intraperitoneal) por 7 semanas e avaliados quanto aos parâmetros hematimétricos, tamanho e peso do baço, histologia do baço e da medula óssea, clonogenicidade e frequência de células-tronco. A avaliação da capacidade de autorrenovação da célula-tronco foi avaliada pelo transplante de células da medula óssea de animais JAK2 WT/Fl- -Vav/Cre CD45.2 tratadas ex vivo com fenformina, metformina ou veículo e transplantadas em animais receptores Pepboy C57BL/6 CD45.1 irradiados com dose subletal. Células primárias de um paciente com MF foi tratada in vitro com fenformina ou veículo e submetida a ensaio de clonogenicidade. Para todas as análises estatísticas foi adotado nível de significância menor que 5%, os testes Mann-Whitney, One-Way ANOVA ou Two-Way ANOVA foram realizados conforme apropriado. A fenformina 5mM induziu apoptose celular em 49%, 67% e 75% da população de células avaliadas após 24, 48 e 72 horas de exposição, respectivamente. Modelo murino JAK2 V617F tratados com fenformina (n=7) ou veículo (n=7) apresentaram resultados similares quanto às alterações hematológicas; tamanho e peso do baço. A arquitetura da medula óssea e do baço não diferiu entre os dois grupos. O ensaio de clonogenicidade demonstrou resultado similar entre os dois grupos. A análise da frequência das células-tronco hematopoéticas (CTH) revelou aumento da população de progenitores mieloide (MP) (1.505 vs. 2.159, p=0.0070), progenitores multipotentes (0.1265 vs. 0.2479, p=0.006) (MPP) e LSK (0.2608 vs. 0.3816, p=0.0023) na medula óssea do grupo de animais tratados com fenformina. Não houve diferença entre ambos os grupos quanto aos precursores eritroides no baço e na medula óssea. Transplante de medula óssea com células JAK2V617F submetidas a tratamento ex vivo com fenformina (1mM, n=6), metformina (10mM, n=6) ou veículo (PBS, n=6) resultou em enxertia e parâmetros hematimétricos semelhantes em todos os grupos, após de 16 semanas de acompanhamento (p>0,05). A fenformina (1mM ou 2M) in vitro aboliu a formação de colônias em células primárias de paciente com MFP. Em conclusão, a fenformina in vitro apresentou efeito antineoplásico em modelos celulares JAK2V617F, mas não apresentou efeitos antineoplásicos em modelos in vivo e ex vivo de NMP JAK2 V617F. |