A autopercepção de comportamentos relacionados à atenção plena em profissionais da saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Souza, Mariah Theodoro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-09082016-153137/
Resumo: INTRODUÇÃO: As intervenções de promoção da saúde mental avançam e atividades não medicamentosas ganham espaço. Neste sentido, estudos apontam a atenção plena (mindfulness) como estratégia integrativa para o enfrentamento do estresse e de transtornos mentais comuns, bem como para obtenção do autocuidado. Mindfulness é referido no contexto laico contemporâneo como um estado mental presente em todos os indivíduos em maior ou menor intensidade que pode ser cultivado diariamente através de práticas meditativas. OBJETIVO: Descrever o nível da autopercepção de comportamentos relacionados à Mindfulness em profissionais da saúde de um Hospital Terciário e analisar a associação dos níveis de mindfulness autopercebidos com determinados indicadores das condições de vida e saúde. MÉTODO: Foi realizado um estudo transversal com 97 profissionais da saúde que compõem o complexo do Hospital das Clínicas - FMUSP por via de caracterização Sociodemográfica, da Escala Filadélfia de Mindfulness (EFM) e de um Questionário de Saúde Geral (General Health Questionnaire -12). Todos os questionários foram aplicados no período de fevereiro/novembro de 2014. RESULTADO: Na EFM, o escore médio apresentado foi maior para o componente \"Consciência\" (média 29,9; desviopadrão 0,62) do que para \"Aceitação\" (média 15,7; desvio-padrão 0,86), sendo a média 45,6 e desvio-padrão 1,1 para o Escore Total (componente \"consciência\" somada a \"aceitação\"); Verificou-se número significativo de indivíduos (41%) com suspeita de transtornos mentais comuns (TMC), aqueles que apresentaram um escore de três ou mais no GHQ-12. Em análise mais detalhada (Teste t e ANOVA) observou-se associações fortemente significantes (p < 0,01) entre maiores níveis de mindfulness autopercebido com o gênero masculino, estado civil casado/amigado, maior satisfação no trabalho, negar uso de medicamentos, sono satisfatório, lazer frequente e ausência de TMC. Na análise da associação GHQ-12 com Mindfulness estratificada por profissão verificou-se escores menores no grupo das categorias \"psicólogo, assistente social, profissional de educação física, biólogo, fisioterapeuta, farmacêutico e profissional administrativo\" com TMC; na análise da associação GHQ-12 com Mindfulness estratificada por tipo de doença concluiu-se que existem diferenças significantes (p < 0,01) no grupo das categorias \"mais de uma doença, neurológica ou psiquiátrica\", das quais o escore \"Total\" e \"Aceitação\" foram menores para quem apresenta TMC. A presença de TMC (referido pelo GHQ-12) está associada a menores escores de Mindfulness, indicando uma possível correlação negativa que se deve ao domínio de \"Aceitação\" CONCLUSÃO: Os níveis de comportamentos autopercebidos à atenção plena apontaram associações significantes com uma variedade de indicadores das condições de vida e saúde nos profissionais de saúde. Sugerindo assim, uma mesma direção de evidências científicas recentes de que mindfulness pode fazer parte de fatores de proteção à saúde favorecendo também o autocuidado e a qualidade de vida