O figurino do espetáculo Saurê: registros de uma baianidade diaspórica Salvador/BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nascimento, Edna Maria do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-10072023-101852/
Resumo: Este trabalho teve como objetivo analisar o figurino do espetáculo Saurê, concebido pelo artista J. Cunha, em 1982, na cidade de Salvador/Ba. Estudar o traje de cena de um espetáculo é fazer o registro e a análise dos elementos imbricados na sua composição, que vão além da materialidade. Embora o traje seja classificado como cultura material, esses elementos, para além da materialidade, são indissociáveis do processo criativo. Assim, utilizamos a definição mais abrangente desses aspectos e chegamos a treco; portanto, o figurino também se denomina de coisa, de troço, etc. Esta concepção tornou-se fundamental, sobretudo, na análise de um figurino feito para a dança, no qual há a complexidade da inter-relação da vestimenta com o corpo; desse modo, a análise da composição das peças não poderia suprimir a importância do movimento da dança que seria realizada. Inferindo-se que a cultura material é treco, utilizar o traje de cena como fonte documental proporciona análises sobre questões sociais, políticas, estéticas e identitárias. Neste sentido, ao percebermos a intensificação das produções com a temática afro, sobretudo na década de 1970, reflexo do ideal de modernidade semeado desde início de 1920, resolvemos analisar o figurino do espetáculo Saurê, no intuito de elucidar o propósito das características afros presentes na composição da vestimenta. Visamos a analisar se o figurino consistia em um reflexo das ações políticas de criação da identidade regional, incentivadas principalmente para o crescimento do turismo, ou se essas características seriam resultado do processo de amadurecimento da compreensão da identidade baiana, que tinha como base a valorização da ancestralidade, o respeito às culturas e povos originários. A esta vertente denominamos de baianidade diaspórica.