Influência da idade e do sexo na frequência cardíaca, nas arritmias cardíacas e nos distúrbios da condução atrioventricular em indivíduos assintomáticos sem evidência de doença cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Paula, Rogério Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Men
Sex
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-14072014-102508/
Resumo: Há escassos estudos sobre a monitorização eletrocardiográfica ambulatorial em casuísticas brasileiras de indivíduos assintomáticos submetidos ao exame clínico. Com a finalidade de avaliar a freqüência cardíaca, as arritmias cardíacas, e os distúrbios atrioventriculares de condução, foram estudados 625 indivíduos assintomáticos, com exame clínico normal. A idade variou de 15 a 83 (média 42, desvio padrão 11,9) anos; 276 (44,2%) eram homens e 349 (55,8%) mulheres. Os indivíduos foram submetidos ao exame clínico, que incluiu história, exame físico e avaliação laboratorial, além da monitorização eletrocardiográfica ambulatorial de 24 h. Foram estudadas as variáveis obtidas na monitorização eletrocardiográfica ambulatorial nas 24 h de gravação e nos períodos das 6h às 22h, e das 22h às 6h em relação às variáveis do exame clínico-laboratorial. Para a análise dos dados, depois da estatística descritiva, as variáveis contínuas foram examinadas com o emprego da correlação canônica, da regressão linear simples e da regressão linear múltipla. As variáveis categóricas foram analisadas por meio da regressão logística. A freqüência cardíaca mínima nas 24h e no período das 22h às 6h elevou-se com o aumento da idade apenas nos homens. A idade foi a principal influência nas variáveis de freqüência cardíaca na correlação canônica (0,55; p<0,01). A freqüência cardíaca máxima nas 24h e a freqüência cardíaca média nas 24h diminuíram com o aumento da idade. A freqüência cardíaca mínima nas 24h aumentou com a idade em homens e mulheres. A freqüência cardíaca média das 22h às 6h elevou-se com o aumento da idade nos homens e diminuiu nas mulheres. A freqüência cardíaca máxima no eletrocardiograma de esforço não demonstrou correlação com a duração do exercício. A freqüência cardíaca média nas 24 h, das 6h às 22h e das 22h às 6h aumentaram com o aumento do índice de massa corpórea. As arritmias supraventriculares ocorreram em 509 (81%) indivíduos. As extra-sístoles supraventriculares variaram de 1 a 3694 (média de 66,6; desvio padrão de 314,4 e mediana de 5). As arritmias ventriculares ocorreram em 399 (64%) indivíduos. As extra-sístoles ventriculares variaram de 1 a 24.900 (média de 214,8; desvio padrão de 1491,7 e mediana de 3). O bloqueio atrioventricular de segundo grau Mobitz I ocorreu em 2,2% dos indivíduos. A presença de bloqueio atrioventricular de segundo grau Mobitz I revelou associação com o aumento dos triglicérides e com a freqüência cardíaca no eletrocardiograma de repouso menor que 60 batimentos por minuto. As arritmias supraventriculares e ventriculares, embora comuns, foram pouco freqüentes. Os bloqueios atrioventriculares foram pouco freqüentes; entretanto demonstrou-se associação entre bloqueios atrioventriculares e hipertrigliceridemia e com a freqüência cardíaca em repouso inferior a 60 batimentos por minuto. A freqüência cardíaca mínima nas 24h, das 6h às 22h e das 22h às 6h modifica-se com o aumento da idade, modificação essa que foi diferente nos homens e nas mulheres, sem que, entretanto tenha ficado demonstrada relação com a duração do exercício no eletrocardiograma de esforço. Em conclusão, a freqüência cardíaca mínima e máxima se modificaram com o aumento da idade, de modo diferente em homens e mulheres e sofreram influência da massa corpórea. As arritmias foram freqüentes, de baixa densidade e a freqüência aumentou com a idade. A freqüência de distúrbios da condução atrioventricular aumentou com a idade e com o aumento dos triglicérides.