Comportamento do marcador sanguíneo peptídeo natriurético tipo B e sua relação com o diagnóstico de enfermagem volume de líquidos excessivo em pacientes internados por insuficiência cardíaca descompensada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Trojahn, Melina Maria
Orientador(a): Silva, Eneida Rejane Rabelo da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/164277
Resumo: A congestão sistêmica é o principal fator relacionado à descompensação de pacientes com insuficiência cardíaca (IC), conferindo manifestações clínicas como dispneia, ortopneia, cansaço, distensão da veia jugular e edema. Estes sinais e sintomas, assim denominados características definidoras (CD) na classificação de Diagnósticos de Enfermagem (DE) da NANDA-International, fazem parte do diagnóstico de Volume de líquidos excessivo (VLE) frequentemente estabelecido em pacientes congestos. Estes sinais e sintomas também são frequentemente associados a diagnósticos do sistema respiratório e, por conseguinte, podem comprometer a acurácia diagnóstica. É nessa perspectiva, que se apresenta um marcador bastante estudado nas duas últimas décadas, Peptídeo Natriurético tipo B (BNP), que consegue diferenciar a dispneia de origem cardíaca da dispneia de causa pulmonar. Visando agregar este biomarcador ao conjunto de CD do diagnóstico VLE que este estudo foi desenvolvido. O objetivo do estudo é analisar o comportamento do Peptídeo Natriurético tipo B com a presença das CD do diagnóstico VLE em pacientes com IC descompensada durante a internação. Trata-se de um estudo de coorte conduzido em hospital público universitário, Porto Alegre, RS. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de IC, função sistólica reduzida ou preservada, que internaram por descompensação aguda. A coleta foi sistematizada por meio de uma avaliação clínica na admissão e após compensação da IC (até sete dias após a admissão, denominado avaliação final), contendo as CD já validadas clinicamente para este diagnóstico em pacientes com IC como principais e secundárias. Também foram coletadas amostras de sangue para dosagem do BNP nestes dois períodos. Foram incluídos 64 pacientes, com média de idade de 69±13 anos, fração de ejeção do ventrículo esquerdo 50±16%. Da avaliação inicial à final, houve redução significativa das seguintes CD principais: dispneia (97% x 62%), ortopneia (91% x 67%), edema (89% x 62%), refluxo hepatojugular positivo (60% x 32%), dispneia paroxística noturna (95% x 26%), congestão pulmonar (66% x 49%), pressão venosa central elevada (53% x 27%); e secundárias, como ganho de peso (59%x9%), hepatomegalia (14%x11%), crepitação (86%x 50%) e oligúria (3%x1,5%). Em uma análise quantitativa das CD, observa-se uma redução da admissão à avaliação final no estudo, 11,3 ±3 versus 7,5±3, p<0,001; os valores de BNP da admissão no estudo à avaliação final reduziram significativamente 381(202-707) pg/ml versus 309(180- 640) pg/ml, p=0,012. Houve correlação positiva de moderada magnitude e significativa entre o delta do BNP com o número das CD presentes na avaliação clínica inicial do estudo r=0,304 e p=0,018. A área da curva ROC verificada resultou em 0,552, mostrando o nível de sensibilidade de 66,7%, quando o ponto de corte do valor do BNP for 447pg/ml e no teste de especificidade 54%. Os achados deste estudo indicam que o BNP apresentou um comportamento semelhante às CD, diminuindo seus valores de acordo com as manifestações do estado congestivo em pacientes internados por IC descompensada. A inclusão desse marcador como CD pode melhorar a acurácia diagnóstica.