Papel clínico do enfermeiro: desenvolvimento do conceito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Mendes, Maria Angélica
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-30032010-111338/
Resumo: Recente profusão de novos papéis profissionais do enfermeiro e mudanças nas práticas da enfermagem têm sido descritas mundialmente e exercem impacto no tipo de cuidado provido e nas formas de sua provisão. O interesse deste estudo é a ideia de papel clínico, que, apesar de ser uma expressão comumente usada no cotidiano, é pouco explorada em termos conceituais. Este estudo teve como objetivo desenvolver o conceito de papel clínico do enfermeiro. A Metodologia de Análise Qualitativa de Conceito foi aplicada em suas três fases: Identificação dos Atributos, Verificação dos Atributos e Identificação das Manifestações do Conceito. Na primeira fase, os atributos abstratos e universais do conceito foram identificados, utilizando-se a Análise Crítica da Literatura, que resultou no estudo de 24 publicações. Na segunda fase, aplicou-se a Teoria Fundamentada nos Dados para verificar os atributos do papel clínico na experiência do enfermeiro. Nessa fase, realizou-se estudo com sete enfermeiros assistenciais do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. Os dados foram coletados por entrevistas abertas, que foram analisadas e interpretadas em categorias inter-relacionadas, com a derivação de um modelo teórico da experiência do papel clínico do enfermeiro. Na terceira fase, os dados das fases anteriores foram comparados e integrados, possibilitando a proposição teórica do conceito. Os resultados da análise evidenciaram que papel clínico do enfermeiro é um processo psicossocial resultante da interação do enfermeiro com o paciente, com o contexto e consigo mesmo. Autonomia clínica configurou-se como elemento central da interação do enfermeiro com o paciente na experiência do papel clínico. O significado da experiência do papel clínico foi expresso no empoderamento do enfermeiro pelo exercício da autonomia clínica, que mostra o alcance de resultados manifestados na própria interação do enfermeiro com o paciente, consigo mesmo ou com o contexto. Os dados indicaram ter o paciente como o centro do cuidado, ter finalidades e intencionalidade como atributos principais do papel clínico. O desempenho do papel clínico requer que o enfermeiro tome posse da autonomia clínica, que a exerça nas interações e nas ações junto ao paciente e se perceba empoderado por esse exercício. Papel clínico é uma competência que se articula como uma forma de poder, mediado pela autonomia clínica. A autonomia clínica concede ao enfermeiro o poder de pensar, de imaginar, de planejar o cuidado e de influir na saúde do paciente. A análise do conceito do papel clínico contribuirá para reflexões sobre as dimensões envolvidas na prática e no ensino de enfermagem e para informar não só as políticas de ensino e de práticas profissionais, mas também as políticas de saúde.