Análise da distribuição dos flebotomíneos (Diptera,Psychodidae, Phlebotominae) no Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oku, Vivian Janine Ambriola
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-25052023-162412/
Resumo: Introdução: A leishmaniose pode ocorrer na forma tegumentar (LT) ou visceral (LV). É endêmica em 102 países, e cerca de 350 milhões de pessoas vivem em áreas de risco da infecção. Anualmente, ocorrem 1,3 milhões de novos casos e provocam 20.000 a 30.000 mortes, com impacto na saúde pública. Os flebotomíneos são os vetores dos agentes da leishmaniose, várias espécies do gênero Leishmania (Trypanosomatidae), transmitidos ao homem e animais. No estado de São Paulo (SP), a LV ocorre mais associada ao ambiente urbano e a LT, ao rural. Objetivos: Atualizar os dados da distribuição geográfica das espécies de flebotomíneos em SP e avaliar a frequência dos vetores implicados na transmissão da LT, segundo Divisões Regionais de Saúde (DRS), para detecção de áreas com riscos de infecção, bem como de áreas carentes de informação da presença desses insetos. Método: Pesquisas bibliográficas foram realizadas em artigos científicos, teses, dissertações e em banco de dados sobre flebotomíneos no site da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN). Os dados foram lançados em planilhas com as informações sobre autores, locais de coleta, espécies coletadas e número de espécimes. Os mapas com a distribuição das espécies por município e DRS foram construídos por meio do software de geoprocessamento QGIS 3.16. Também foram levantadas a incidências da LT por DRS de 2018 a 2021. Resultados: São 78 espécies de flebotomíneos com registros em SP; Psathyromyia ribeirensis e Psathyromyia baratai foram descritas após a última revisão (em 2011), e sete outras (Evandromyia costalimai, Evandromyia teratodes, Lutzomyia alencari, Nyssomyia fraihai, Psathyromyia barrettoi barrettoi, Psathyromyia campograndensis e Pintomyia serrana) representam novos registros. A distribuição em mapas por município e DRS foi feita para todas as espécies. Nas 17 DRSs de SP, constatou-se a presença de vetores, de LT com diversidade e frequências variáveis. As espécies do gênero Nyssomyia predominam, isoladamente ou em simpatria, na maioria das regionais. Nas situadas mais a leste do estado, e que incluem a costa, Ny. intermedia domina; em regionais que incluem áreas mais para o interior, em algumas delas, como a de Registro, no Vale do Ribeira, Ny. intermedia e Ny. neivai ocorrem em simpatria. Na DRS da Grande São Paulo, Pi. fischeri prevalesce. Nas DRSs de Campinas e Sorocaba, Ny. neivai, Ny. whitmani, Mg. migonei e Pi. fischeri predominam. Nas mais centrais e a oeste do estado, Ny. neivai prevalesce, em algumas delas, em simpatria com Ny. whitmani. A DRS de Registro se destaca, quanto à incidência de casos de LT. Lutzomyia longipalpis, vetor principal do agente da LV, teve sua distribuição plotada, mas não a frequência. A visualização espacial em mapas da distribuição das espécies pode auxiliar em atividades de vigilância entomológica. Conclusão: A fauna flebotomínea foi acrescida de nove espécies em relação à última revisão. Constatou-se a presença de vetores em todas as regionais, e com exceção da DRS da Grande São Paulo, onde Pi. fischeri, notadamente, predomina, em todas as demais DRSs, as espécies de Nyssomyia, isoladamente, ou em simpatria, predominam. As duas outras vetoras Mg. migonei e Pi. pessoai, não predominaram em qualquer das DRSs. A DRS de Registro se destaca marcadamente em relação à incidência de casos de LT e nela estão presente Ny. intermedia nas áreas litorâneas e em simpatria com Ny. neivai, nas áreas mais afastadas da costa.