Dos estilos e estratégias de aprendizagem à didatização de materiais para o ensino do italiano língua estrangeira na pedagogia pós-método

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Vieira, Daniela Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-02042018-113648/
Resumo: O objetivo desta tese é investigar de que maneira(s) a didatização de materiais para o ensino do italiano língua estrangeira (LE) pode levar em conta as singularidades dos discentes e, sobretudo, os estilos e as estratégias de aprendizagem deles. Consideramos que a didatização de materiais com base nessas especificidades dos alunos consista em uma proposta de trabalho didático-pedagógico que, por se pautar na pedagogia pós-método, postula a autoria do docente e a coparticipação ativa dos estudantes no processo de seleção e/ou de produção de materiais. No que concerne à fundamentação teórica, baseamo-nos em duas teorias cognitivistas: a Cognição Situada, proposta por John Brown, Allan Collins e Paul Duguid (1989), e a Teoria da Aprendizagem Significativa, elaborada por David Ausubel (1968). Baseamo-nos, também, em postulados de Paulo Freire, que, como se sabe, é o principal representante brasileiro da Teoria Sócio-histórico-cultural. A utilização de duas correntes teóricas diversas na mesma pesquisa, embora possa parecer incoerente à primeira vista, não o é, pois, segundo King e Mackey (2016), no âmbito da didática das línguas, é possível unir teorias distintas para que as pesquisas dessa área possam se beneficiar da análise de múltiplas perspectivas epistemológicas. Outro referencial teórico que embasa esta tese é a pedagogia pós-método, proposta por Kumaravadivelu (2006), a qual ressalta a importância das particularidades de cada contexto de ensino-aprendizagem e destaca a autoria do professor de línguas, que é visto como um profissional capaz de elaborar suas próprias teorias e de praticar o que ele mesmo teoriza. No tocante à fundamentação metodológica, apresentamos um estudo de caso realizado no primeiro semestre de 2015 com uma de nossas turmas: um grupo de dez alunos iniciantes no estudo da língua italiana. Para fazer esse estudo de caso, realizado no Italiano no Campus, curso de extensão universitária da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, procuramos conhecer as especificidades dos aprendizes e selecionar/elaborar materiais que atendessem, sempre que possível, os interesses e as necessidades deles, bem como os seus estilos e estratégias de aprendizagem. Para tratar dos materiais, relatamos como se deu a didatização desses instrumentos de ensino-aprendizagem da LE, descrevendo o processo de escolha/preparação deles, a sua utilização em sala de aula e a sua avaliação, que foi realizada tanto por nós quanto pelos discentes. A análise dos dados coletados parece indicar que a didatização de materiais para o ensino do italiano LE com base nas singularidades dos alunos permitiu-nos ser autores de nossos próprios materiais e contar com a participação ativa dos aprendizes no processo de seleção/produção desses instrumentos de ensino-aprendizagem da LE. Todavia, a análise também parece indicar que, apesar de termos didatizado materiais com o escopo de atender, em larga medida, as particularidades dos estudantes, não conseguimos atendê-las sempre.