Mortalidade relacionada ao transplante e fatores associados em pacientes submetidos ao transplante de células tronco hematopoiéticas: estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Póvoa, Valéria Cristina Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-31082016-115935/
Resumo: Introdução: O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) tornou-se um procedimento terapêutico mundialmente aceito sobretudo pelo impacto positivo na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes com doenças onco-hematológicas. No entanto, a mortalidade ainda é alta e influenciada por fatores de natureza individual e terapêutica. Objetivo: Analisar a mortalidade relacionada ao transplante (MRT) nos pacientes submetidos ao TCTH e seus fatores associados. Método: Coorte prospectiva realizada com 60 pacientes internados na unidade de TCTH do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. Os dados foram obtidos pela análise diária dos prontuários. A variável dependente foi a MRT e as variáveis independentes foram demográficas e de evolução clínicas, incluindo escore de risco pré-TCTH (EBMT) e o SAPS II. Na análise dos dados foram utilizados os testes Qui-quadrado, Exato de Fisher, o teste t de Student e Mann-Whitney. Na análise da MRT utilizou-se o método de kaplan-Meier e o Modelo de Cox. Considerou-se nível de significância igual a 5%. Resultados: A MRT foi de 15% aos cem dias do TCTH, de 18,9% no grupo de pacientes de TCTH alogênico e de 8,7% para os de TCTH autólogo. A infecção foi a principal causa de óbito. Na amostra, o tempo médio de sobrevida dos pacientes foi de 83,2 dias (DP 32,7). No grupo de pacientes não sobreviventes a maioria pertencia ao sexo masculino, com média de idade de 48,7 anos e diagnóstico principal de leucemia. Quanto à gravidade destes pacientes, o escore de risco pré-TCTH (EBMT) foi de 4,1 pontos e do SAPS II geral foi de 52,6 pontos, o que correspondeu a um risco médio de morte de de 38,4%. Os fatores associados à MRT, em cem dias, foram faixa etária (p=0,0306), presença de infecção (p=0,0216), número de infecções (p=0,0386), ocorrência de enxertia (p<0,0001), uso de ventilação mecânica (p<0,0001) e de drogas vasoativas (p<0,0001). O índice de gravidade SAPS II foi fator preditor para MRT (p=0,0001). Conclusão: O índice de gravidade SAPS II, preditor para MRT em cem dias, mostrou que o paciente submetido ao TCTH é grave e necessita de cuidado especializado e intensivo.