Os sabores do nome: um estudo sobre a seleção de argumentos e as nominalizações do hebraico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Minussi, Rafael Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-10122012-104650/
Resumo: O objetivo maior deste trabalho é argumentar em favor de que a informação sobre a estrutura argumental das nominalizações está codificada em núcleos funcionais, os quais podem possuir sabores diferentes, isto é, propriedades diversas como causatividade, eventividade, reflexividade etc., em vez de tal informação estar codificada nas raízes abstratas como assumem autores como: Marantz (1997), Embick (2004), Harley (2008), entre outros. O objetivo específico deste trabalho, por sua vez, é analisar como é formado um grupo de padrões do hebraico, o qual forma nomes de ações (cf. GLINERT, 1989), e mostrar que nem todas as nominalizações são formadas por uma camada verbal, contra Hazout (1995) e Shlonsky (2004). Utilizamos como arcabouço teórico do presente trabalho a Morfologia Distribuída (cf. HALLE; MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997; SIDDIQI, 2009), uma teoria não-lexicalista, a qual propõe que tanto palavras, quanto sentenças são formadas pelas mesmas operações durante a derivação sintática. De modo especial, utilizamos a noção de fase dentro de palavras (cf. MARANTZ, 2001 e ARAD, 2003), para explicar que alguns nominais possuem padrões vocálicos que não são atômicos (contra ARAD, 2005), mas são formados em duas fases: uma fase verbal e outra nominal, enquanto outros nominais são formados em apenas uma fase: a nominal. Em nossa análise, privilegiamos quatro padrões vocálicos formadores de nominais de ação: CCiCa, CiCuC, haCCaCa, hitCCaCut, de modo que encontramos restrições diferentes para cada um dos padrões. Tais restrições dizem respeito a: (i) modificação por adjetivos e advérbios; (ii) possibilidade de alçamento dentro de DPs; (iii) obrigatoriedade de interpretação de um argumento agente e (iv) obrigatoriedade de interpretação reflexiva. Além disso, analisamos os possíveis contextos sintáticos em que são encontrados esse nominais, isto é, analisamos quais são as possibilidades de interação desses nominais com o Construct State, o Free State, a Marca Diferencial de Objeto et e com a presença de uma by phrase. Como resultado da análise, defendemos que o padrão CCiCa seja um padrão formado por apenas uma fase nominal, o que explica a sua impossibilidade de modificação por advérbios genuínos, isto é, advérbios que possuem uma morfologia típica de advérbio. Por sua vez, o padrão CiCuC é formado por duas fases: uma fase verbal, que aceita a modificação por advérbios genuínos; e uma fase nominal, que permite a modificação por adjetivos. Já o padrão haCCaCa foi analisado como formado por apenas uma fase nominal, tanto por causa da sua morfologia, que não apresenta resquícios de uma morfologia verbal, quanto pela sua semântica obrigatoriamente agentiva, que o diferencia do padrão verbal ao qual ele está relacionado. Por fim, consideramos que o padrão hitCCaCut é formado por duas fases, o que está de acordo com a presença de uma morfologia verbal que compõe o padrão e com o tipo de argumento interno que é licenciado.