\'Brasivianos\': culturas, fronteiras e identidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lima, Georgia Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-21012015-125422/
Resumo: A tese privilegiou o estudo das trajetórias de famílias seringueiras, na entrefronteiras de áreas da Amazônia Sul-Ocidental: Estado do Acre (Brasil) e o Departamento de Pando (Bolívia). Os dados obtidos em quatro anos de pesquisa revelam um contexto de articulações entre culturas neste espaço constituindo identidades sob um eco silencioso da teia social de homens e mulheres nos interstícios latino-americanos dos Rios Abunã e Acre. Assim, a investigação sobre a experiência sociocultural destes sujeitos a partir da conjuntura do deslocamento de trabalhadores brasileiros para os seringais bolivianos como parte do processo de internacionalização dos conflitos sócio agrários do Brasil, em particular da Amazônia, mais evidente nas décadas de 1970 de 1980. Isto possibilitou uma leitura específica acerca das fronteiras brasileiras, nomeadamente, da zona fronteiriça interamericana e amazônica para além das dimensões jurídicas e políticas de Soberania Nacional, por entender que a região fronteiriça em estudo faz parte do/no universo da tradição do seringueiro, sem perder de vista que atravessar a fronteira nas condições vivenciadas por este trabalhador, resultou não apenas em ser um estrangeiro, mas, em um sem-direito. Desta forma, foi possível reconhecer as representações sobre cultura, fronteira e identidade elaboradas pelos próprios sujeitos amordaçados ou não pelos silêncios nas entre-condições do vivido em razão das implicações geopolíticas, econômicas, sociais e culturais. Para tanto, foi considerado a diversidade cultural e histórica como lócus que implicou pensar as diferenças, mas, também as trocas e negociações culturais. Isto conduziu a pesquisa aos postulados, especialmente, de Homi Bhabha que conclui a cultura como um lócus de um processo de ambiguidades histórico. Neste sentido, a tese aponta os entrelugares fronteiriços que localizam os chamados brasivianos na primeira década do século XXI como campos de possibilidades que permitiu analisar as temporalidades dos encontros e desencontros das experiências constituídas ao longo da história. Este processo é percebido no contexto do inicio do século XXI em razão do reconhecimento e da organização das comunidades de Arroyo Seco e Los Angeles, colocado em prática pelos governos: brasileiro e boliviano com a assinatura do Acodo Bilateral/2008. Portanto, estas traduzem sob o enfoque da dinâmica social, as divisões e interações de brasivianidade nas Amazônias e expõem que o Brasiviano é acima de tudo uma forma de expressar a entre-condição de homens e mulheres como sujeitos participantes de um processo de alteridade e hibridização representantes dos espaços interamericanos e amazônicos