Utopias industriais, sonhos imperiais: Michel Chevalier entre latinos e anglo-saxões na Europa e nas Américas (1833-1863)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos Junior, Valdir Donizete dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-17092019-173607/
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo discutir as interpretações construídas pelo engenheiro e economista francês Michel Chevalier (1806-1869) sobre as Américas entre as décadas de 1830 e 1860. Seguidor das ideias saint-simonianas durante sua juventude, viajou aos Estados Unidos, ao México e a Cuba entre 1833 e 1835. De volta à França, tornou-se professor do Collège de France (1840) e, anos depois, um dos principais quadros intelectuais e políticos de sustentação ao Segundo Império (1851-1870) de Napoleão III. Partindo dessas premissas, este trabalho se desenvolve por meio de dois grandes eixos: por um lado, a análise acerca da elaboração, na obra do autor, de uma utopia industrial de matriz saint-simoniana, desenvolvida, em grande medida, em sua abordagem a respeito dos Estados Unidos; por outro, a discussão sobre a construção de uma dicotomia no Novo Mundo entre as regiões de colonização inglesa e espanhola, mobilizada, entre outras coisas, como forma de defender empreendimentos como a construção de um canal interoceânico na América Central e a intervenção francesa sobre o México no decênio de 1860. Em seus textos, ao afirmar divergências culturais e políticas entre os países protestantes anglo-saxões e católicos latinos na Europa e nas Américas, Michel Chevalier forneceu elementos para a formulação de perspectivas de longa duração nos discursos intelectuais e políticos dos dois lados do Atlântico e para a posterior enunciação, na década de 1850, do conceito de América Latina.