Estímulos sonoros na incubação artificial de ovos: efeitos na eclosão, desempenho produtivo e comportamento pós-eclosão de pintos de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Donofre, Ana Carolina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11152/tde-04102018-105552/
Resumo: Os fatores físicos que envolvem a incubação artificial são determinantes no desenvolvimento embrionário, eclosão e desempenho das aves. Muitos deles são bem-conceituados, mas acredita-se que ainda existem questões que possam prover melhorias ou adaptar este processo as novas demandas da produção animal. Nesta pesquisa, a bioacústica é colocada como uma dessas questões, motivando a investigação da estimulação sonora na incubação artificial, dados os efeitos do ruído dos incubatórios comerciais e a adição de vocalizações da espécie em respostas fisiológicas, produtivas e comportamentais de pintos de corte. Inicialmente, o Capítulo 3 apresenta a mensuração do nível de pressão sonora (NPS) no interior dos ovos. Para isso, desenvolveu-se um sensor de tamanho reduzido (decibelímetro-miniaturizado) utilizando a plataforma Arduíno®. O sensor foi calibrado e testado, o que forneceu informações como o isolamento da onda sonora pela casca dos ovos e valores de NPS próximos aos embriões. Em sequência realizaram-se incubações experimentais com a aplicação de tratamentos determinados pela associação de dois NPS do ruído de incubadoras [70 ou 90 dB (A)] com ou sem a adição de vocalizações da espécie (estímulos naturais). Estes tratamentos foram avaliados no crescimento embrionário e em respostas da eclosão (Capítulo 4) e no desempenho de pintos de corte na primeira semana (Capítulo 5). Diferente do esperado, a exposição ao maior NPS, que simulava o ruído de incubatórios comerciais, adiantou o tempo para o início das eclosões, aumentou a eclodibilidade e a qualidade do umbigo e jarretes dos pintos. Todavia, as vocalizações da espécie só se mostraram influentes se associadas ao NPS de 70 dB (A). Nas respostas de desempenho a exposição ao NPS inferior resultou em um maior consumo de ração e em uma pior conversão alimentar, com melhores resultados na exposição a 90 dB (A) ou na presença das vocalizações. Por fim, no Capítulo 6, testes comportamentais como o de imobilidade tônica, isolamento social e campo aberto foram realizados com os pintos eclodidos dos tratamentos de incubação descritos anteriormente. Na realização destes testes consideraram-se três períodos no pós-eclosão (24, 72 e 120 horas) e duas condições (testes em silêncio ou com vocalizações ao fundo). Os efeitos da estimulação sonora foram verificados somente em 24 horas pós-eclosão, de modo que a exposição às vocalizações no desenvolvimento embrionário reduziu a movimentação e o nível de vocalização dos pintos, o que foi associado ao menor estresse. Conclui-se que a estimulação sonora na incubação artificial é capaz de alterar respostas produtivas e o comportamento de pintos após a eclosão.