Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Lemes, Arthur Brandolin de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-04032021-225618/
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Resumo: |
Pelo campo da Etnopsicologia e sob um delineamento metodológico desenvolvido pelo filósofo português Fernando Gil acerca dos estudos das Controvérsias acadêmicas, pretende-se estudar a controvérsia entre Marshall Sahlins e Gananath Obeyesekere. Segundo a perspectiva etnopsicológica, como usada no laboratório de Etnopsicologia da FFCL-RP da USP, deve haver uma Escuta Participante, uma forma de dar voz aos participantes de sua pesquisa através da escuta psicanalítica, assim a escuta analítica também deve se aplicar ao texto e, principalmente, à própria controvérsia, com isso essa escuta será usada com ferramenta de interpretação, um operador dos dados teóricos, não a escuta participante em si, mas a noção de escuta analítica. Tal controvérsia teve início após Sahlins palestrar em Liverpool sobre um evento histórico, a chegada de Capitão Cook e as embarcações inglesas nas ilhas havaianas, Obeyesekere o questionou sobre sua interpretação dos fatos ocorridos. Os ingleses chegaram nas ilhas havaianas e foram recebidos e tratados como divindades, Cook foi visto como um deus havaiano chamado Lono, contudo após uma breve saída das ilhas e um rápido retorno a situação se transformou repentinamente e Cook foi morto pelos nativos. Sahlins interpreta isso por uma chave analítica histórica, buscando sentido na história cronológica e na história mítica. Obeyesekere utiliza a psicanálise, de modo geral Freud, para entender que há naquele momento situações que envolvem muito mais questões acerca do sujeito e do subjetivo e que eles não são ingênuos escravos de uma força dominadora cultural. Para esse fim buscou-se primeiro compreender, de forma razoável, as principais obras teóricas de cada autor em separado, para posteriormente adentrar às obras relativas à controvérsia em si e os principais autores que a discutiram. Como resultado observou-se que ao longo de décadas essa controvérsia foi reduzida a uma briga pessoal e poucos se debruçaram em compreender o embate teórico, se aliando cegamente a um lado ou outro. A escuta do texto permitiu uma visão criativa e completa da controvérsia em si como produto singular e deu luz às possibilidades de compreensão da Subjetividade e do sujeito outro na intersecção entre Psicanálise e Antropologia. |