Geologia da região da Serra da Alegria, extremo Sul do Cráton Amazônico, município de Porto Murtinho - MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Silva, Eduard Lopes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-28092015-151933/
Resumo: A região da serra da Alegria, parte do extremo sul do Cráton Amazônico, com extensão de cerca de 830 \'km POT.2\', foi estudada com métodos geológicos de campo, fotogeológicos e laboratoriais, mineralógico-petrográfico e litogeoquímicos, visando o mapeamento regional de reconhecimento (esc. 1:100.000), contribuições à evolução precambriana e verificações iniciais do potencial metalogenético. A área compreende de W para E a transição do Complexo Rio Apa, em partes de sua porção denominadas de Associação Metamórfica do Alto Tererê. A área é constituída em seus setores W e Central por um segmento crustal siálico, regionalmente contínuo, de gnaisses polimetamórficos de alto grau e metagranitóides intrusivos de tipo TTG, incluindo ainda rochas supracrustais compreendidas na Seqüência Metavulcano-Sedimentar Básica com características de tipo greenstone belt, tectonicamente inseridas nas rochas graníticas. Destacam-se nas porções basais dessa seqüência, metabasitos/anfibolitos com estruturas de lavas almofadadas bem preservadas e características geoquímicas de toleiitos de fundo oceânico, associados com xistos de metatufos básicos. A Intrusão Diferenciada Gabro-Anortosito-Granofírica da Serra da Alegria é parte de um vasto corpo magmático e o principal marco geomórfico da área de estudo, localizada no setor Central com extensão além dos seus limites N. Compreende duas séries magmáticas anorogênicas independentes, entretanto envolvidas em processos de mistura e contaminação. A primeira série, de gabros e anortositos predominantes, é toleiítica manto-derivada e sofreu processos de fracionamento durante a ascenção, assim como de diferenciação por cristalização fracionada em câmara magmática crustal relativamente rasa. A segunda compreende granofiros diversos, apresenta tendências alcalinas e é considerada de derivação crustal profunda. Metavulcanitos e Subvulcanitos e Subvulcanitos Ácidos e Metadiabásicos complementam o quadro petrográfico regional. A petrogênese dos metavulcanitos ácidos, dacitos/riodacitos e riolitos é problemática, existindo apenas indícios não-inequívocos, quanto as suas relações mútuas e com os metagranofiros da Intrusão da Serra da Alegria. Os metadiabásios encontrados em duas ocorrências apenas são considerados as rochas precambrianas mais jovens da região. O setor E constitui-se numa associação de gnaisses graníticos e xistos, incluindo possíveis equivalentes de rochas dos setores Central e W, com características tectônicas por excelência. Forma um bloco parautóctone e alóctone transportado de E para W, por processos orogênicos proterozóicos mais jovens de formação de faixa móvel. O metamorfismo regional progressivo (de W para E) de grau médio atingiu no extremo E condições máximas de facies anfibolito média transicionais para superior. Os principais metalotectos regionais são a Seqüência Metavulcano-Sedimentar Básica, com indícios isolados de Cu e potencial para Au emetais base, e a Intrusão Diferenciada da Serra da Alegria em sua parte magmato-estratigráfica inferior, de rochas básico-ultrabásicas e ultramáficas, com ocorrências isoladas de platinóides em gabros heterogêneos mais ricos em Cr e possíveis cromititos estratiformes e sulfetos magmáticos de tipo Ni-Cu-Fe, entre outros. A evolução geotectônica precambriana compreende quatro eventos principais incluindo três ciclos orogenéticos: (1) - formação dos gnaisses polimetamórficos TTG e eventualmente dos metagranitóides TTG intrusivos, em um ou mais processos metamórficos de alto grau e anatexia crustal arqueanos; (2) - formação e colapso tectono-metamórfico da bacia oceânica, possivelmente de tipo retro-arco da Seqüência Metavulcano-Sedimentar Básica arqueana ou paleoproterozóica; (3) - intrusão e diferenciação do complexo magmático gabro-anortosito-granofírico da serra da Alegria, paleo a mesoproterozóico, em regime de ) estabilidade crustal, incluindo eventualmente como fase final as rochas metavulcânicas ácidas, e (4) - desenvolvimento regional da faixa móvel de Associação Metamórfica do Alto Tererê constituindo o setor E da área, com idades mínimas mesoproterozóicas segundo dados geocronológicas da literatura.