Uso de álcool por vítimas de homicídio no município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Andreuccetti, Gabriel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-31012010-201435/
Resumo: INTRODUÇÃO: O consumo excessivo de álcool é considerado um grave problema de saúde pública e apontado como um importante facilitador das situações de violência, o que sugere uma forte associação entre a ingestão de bebidas alcoólicas e a vitimização por homicídio. O objetivo deste estudo foi analisar a associação entre o uso de álcool e a vitimização por homicídio em indivíduos autopsiados nos postos médico-legais do município de São Paulo. MÉTODOS: Dados de 2042 vítimas de homicídio no ano de 2005 foram levantados a partir dos laudos necroscópicos obtidos dos arquivos do Instituto Médico Legal de São Paulo. As informações coletadas foram: sexo, idade, grupo étnico, meio de perpetração da morte, concentração de álcool no sangue das vítimas e circunstâncias dos homicídios, como o local, data e horário da morte. RESULTADOS: O álcool estava presente em amostras de sangue de 43% das vítimas, com uma média de alcoolemia de 1,55 ± 0,86 g/l. A prevalência de alcoolemia positiva foi maior entre os homens (44,1%) do que entre as mulheres (26,6%), p<0,01. As armas de fogo causaram a maior parte das mortes (78,6%) e o consumo de álcool foi maior entre as vítimas de homicídio cujo meio utilizado foi a arma branca (p<0,01). Houve uma maior proporção de vítimas alcoolizadas aos finais de semana do que durante os dias da semana (56,4 e 38,5%, respectivamente; p<0,01) e foi encontrada uma correlação positiva entre as taxas de homicídio e a média de concentração de álcool no sangue para a área Central da cidade (rs=0,90; p<0,01). CONCLUSÕES: Os resultados demonstram a magnitude da influência do álcool como fator de contribuição para a vitimização por homicídio no maior centro urbano da América do Sul, fornecendo subsídios para políticas públicas e estudos futuros com o objetivo de prevenir os homicídios e a violência relacionada ao consumo de álcool.