Função mastigatória, estado nutricional e saúde oral em indivíduos após tratamento do câncer de cabeça e pescoço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Froes, Renata Camilla Favarin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-12062018-173425/
Resumo: O câncer de cabeça e pescoço pode acarretar consequências aos indivíduos, como prejuízos na saúde oral e na performance mastigatória devido à localização do tumor ou pelo próprio tratamento, dificultando o consumo alimentar, resultando em desnutrição e prejuízos na qualidade de vida mesmo após o término do tratamento. O presente estudo teve como objetivo verificar a relação entre a função mastigatória, a condição nutricional, a saúde oral e a qualidade de vida em saúde oral em indivíduos após o tratamento de câncer de cabeça e pescoço. Foram avaliados 20 indivíduos que atenderam aos critérios de inclusão propostos, por meio da eletromiografia de superfície (EMGs) dos músculos masseter e temporal durante a mastigação unilateral; da avaliação antropométrica do estado nutricional, com peso, estatura, índice de massa corporal (IMC), pregas cutâneas; da avaliação dietética, através do recordatório alimentar de 24 horas; da avaliação da saúde oral, considerando o índice de atividade de cárie (CPOD), índice periodontal comunitário (CPI) e avaliação de uso e necessidade de prótese; da qualidade de vida com o instrumento Oral Health Impact Profile (OHIP-14). A EMGs demonstrou na avaliação da função mastigatória, na prova de Máxima Contração Voluntária (MCV) valores próximos de 100% para uma simetria perfeita da atividade muscular, valor de 9,07% para ausência de deslocamento dos músculos mastigatórios e o índice de atividade obteve maior prevalência dos músculos temporais. Na mastigação unilateral, os pacientes apresentaram padrão assimétrico na mastigação, assimetria entre os músculos masseteres e temporais para a mastigação do lado esquerdo, além de um predomínio do lado de trabalho. Na avaliação antropométrica 20% apresentaram baixo peso e 45% excesso de peso no IMC, enquanto a CB indicou 15% obesidade e 40% algum grau de desnutrição, confirmada na CMB. Para a porcentagem de gordura 20% estavam muito baixo e 30% acima do recomendado. Na avaliação dietética, 65% apresentaram consumo do valor energético total acima do recomendado, os macronutrientes estavam adequados em 70%, 90% e 60% para carboidrato, proteína e lipídeo respectivamente, os pacientes apresentaram consumo adequado: Ferro, Fósforo, Zinco, Vitamina B12 e E, os micronutrientes acima foram: Magnésio e Sódio. Foi verificado consumo baixo da necessidade para os micronutrientes: Potássio, Cálcio, Selênio, Vitamina D, A e C. Houve correlações entre o menor consumo de gordura e maior simetria da atividade muscular. A avaliação da saúde oral mostrou que 55% tinham baixa e 45% muito baixa atividade de cárie, 50% com sangramento gengival, 60% presença de cálculo e 35% bolsa periodontal de 4-5mm, 35% e 40% necessitavam de utilizar algum tipo de prótese superior e inferior, respectivamente. O OHIP-14 indicou fraco impacto da qualidade de vida na saúde oral para 55% dos participantes. Na saúde oral, quanto menor a necessidade de prótese inferior e quanto menor atividade de cárie maior simetria de atividade muscular na mastigação, enquanto maior necessidade de prótese resultou em mais ciclos mastigatórios. Portanto, após termino do tratamento de câncer de cabeça e pescoço foram encontrados prejuízos na mastigação, no estado nutricional, na ingestão alimentar e na saúde oral, existindo relação entre a atividade muscular durante a função mastigatória, a condição dietética e a saúde oral, indicando a necessidade do atendimento multidisciplinar voltado a esses pacientes.