Efeitos de intervenção em habilidades metatextuais na produção escrita de textos narrativos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nobile, Gislaine Gasparin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-13122017-112314/
Resumo: A metacognição diz respeito ao conhecimento que se adquire sobre o próprio pensamento e à possibilidade de utilizar esse conhecimento, monitorando, o próprio indivíduo, o seu desempenho, favorecendo, dessa forma, o alcance de melhores resultados na realização de diversas tarefas. As habilidades metalinguísticas podem ser entendidas como um aspecto da metacognição; nesse caso, o aprendiz desenvolve conhecimentos que lhe permitem realizar um controle consciente e intencional sobre diferentes aspectos da linguagem, contribuindo para a aprendizagem da leitura e escrita. Dentre essas habilidades, destaca-se a consciência textual, também denominada habilidade (s) metatextual (is), na qual a unidade de análise e reflexão é o texto, o foco está em sua estrutura, partes constituintes, convenções e marcadores, sendo o objeto da presente pesquisa. Dessa forma, o objetivo geral deste estudo foi verificar a eficácia de sessões de intervenção visando ao desenvolvimento da habilidade metatextual sobre a escrita de histórias em duas situações de produção textual: livre e reprodução escrita. Objetivou-se também analisar os efeitos da intervenção sobre as habilidades metatextuais referentes ao conhecimento explícito da estrutura do texto narrativo, bem como verificar a estabilidade dos possíveis efeitos dessa intervenção ao longo do tempo. Participaram do estudo 97 alunos cursando o 4º e 5º ano do ensino fundamental de uma escola pública na cidade de Ribeirão Preto SP. Após todos os alunos realizarem o pré-teste, constituído por uma produção de texto sobre tema livre, uma produção de texto baseada na reprodução escrita de uma história ouvida (reescrita) e a aplicação de um questionário para avaliar o nível da habilidade metatextual, os mesmos foram divididos aleatoriamente em grupo controle (GC) e grupo experimental (GE). Enquanto o GE passou por quatro sessões com o intuito de desenvolver conhecimentos explícitos sobre a estrutura narrativa de histórias, o GC continuou em sala de aula, realizando suas atividades curriculares normais. Após a intervenção, foram aplicadas tarefas equivalentes ao pré-teste (pós-teste 1) nos dois grupos e, posteriormente o GC passou pela mesma intervenção do GE, realizando-se o segundo pós-teste. Nas análises das produções textuais, foram adotados níveis de pontuações, para avaliação da elaboração da estrutura narrativa. Os questionários foram pontuados em função do conhecimento explícito da estrutura narrativa de histórias. Os dados foram analisados quantitativamente, por meio da aplicação de testes estatísticos, análises descritivas e inferenciais. Os resultados indicaram um efeito favorável à intervenção referente às habilidades metatextuais, avaliadas pelo questionário, porém essa melhora não se refletiu de modo significativo nas produções de texto, sobretudo nas reescritas. Referente às produções livres, observou-se melhoras significativas apenas nos alunos do GC, após a intervenção postergada. Discutem-se possíveis razões que podem ter contribuído para minimizar os efeitos esperados com a intervenção, entre elas o pequeno número de sessões de intervenção e a diferença entre conhecimento e controle metacognitivo, no que se refere às habilidades metatextuais.